Haitong tem de ir à escola, diz o Banco de Portugal

  • ECO
  • 20 Abril 2017

Depois de anunciar um plano de reestruturação e um aumento de capital, o Haitong vai também de ir à escola: como os gestores não são da Europa têm de aprender as regras bancárias europeias.

O regulador liderado por Carlos Costa quer que alguns gestores do Haitong Bank tenham formação profissional na área de estratégia bancária e atividade financeira. A notícia é avançada pelo jornal Público (acesso condicionado), mas o próprio banco nega que esse pedido tenha sido feito. Contudo, essa formação vai mesmo acontecer, ainda que por outras razões: o banco liderado pelos chineses terá gestores de fora da Europa pelo que estes terão de aprender as regras bancárias europeias.

Os cursos de formação passarão por temas específicos como o risco financeiro, a regulação, o código de conduta, o respeito pelas regras e o controlo interno. Apesar de negar que esse pedido tivesse existido, o porta-voz do Haitong Bank, António Cunha Vaz, explica ao Público que “o Haitong está a preparar a lista final dos órgãos sociais [para a entregar ao BdP] e, sendo assim, e tendo em conta que alguns gestores são provenientes de mercados com regulações distintas da europeia, decidiu que procederá à formação desses quadros para que possam exercer as suas funções“.

Na semana passada soube-se que Pedro Rebelo de Sousa, advogado e sócio da SRS Advogados, não vai ser administrador não executivo do Haitong Bank, como estava previsto. O advogado foi indicado para presidente da mesa da Assembleia Geral do Millennium BCP e esta proposta estará diretamente relacionada com a decisão de Rebelo de Sousa em não integrar a administração do Haitong Bank. Uma das exigências do Banco de Portugal é que os nomes indicados pelos chineses do Haitong sejam personalidades independentes.

No mês passado, o banco anunciou que, perante os prejuízos de quase 100 milhões de euros, a Haitong Securities Company Limited vai injetar 339 milhões de euros no ex-BESI. Além disso, serão convertidos títulos em capital que permitirão reforçar a instituição num total de 419 milhões. As perdas em 2016 atingiram os 96 milhões de euros.

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