DBRS: Desempenho orçamental de Portugal “surpreendeu pela positiva”
A agência de notação financeira reconhece que o défice ficou abaixo do alvo e o crescimento está a recuperar. Mas deixa um alerta: a dívida pública ainda está num nível elevado.
O desempenho orçamental de Portugal “surpreendeu pela positiva”. Esta é a opinião da DBRS, a única agência de notação financeira que coloca o país no nível de investimento. A agência, que manteve a notação de Portugal em BBB (low) e o outlook estável, reconhece que o défice está abaixo da meta e que o crescimento está a recuperar. Mas deixa um alerta: os superávites primários e o crescimento estável devem ser sustentados para permitirem uma redução do nível elevado da dívida pública.
“Desde que a DBRS reviu o rating de Portugal em outubro de 2016, o desempenho orçamental do país surpreendeu pela positiva“, afirma a agência canadiana numa nota enviada a clientes, com a data de hoje. Isto depois de ter decidido não alterar a notação ou perspetiva do país no passado dia 21 de abril. Também nessa altura referiu que o défice de 2016 ficou “significativamente mais baixo” do que o esperado, em 2% do PIB.
"Desde que a DBRS reviu o rating de Portugal em outubro de 2016, o desempenho orçamental do país surpreendeu pela positiva.”
Agora volta a salientar este indicador. “De forma geral, houve uma melhoria em Portugal nos últimos meses, com o défice abaixo do alvo e o crescimento a recuperar. No entanto, os superávites primários e o crescimento estável devem ser sustentados ao longo do tempo para reduzirem o nível elevado da dívida pública”. A DBRS já tinha referido que o rácio da dívida pública continua “muito elevado, em 130,4% do PIB em 2016 e só está projetada uma descida gradual”. A agência avisou que “isto deixa as finanças públicas vulneráveis a choques adversos”.
A agência de notação refere ainda que os “receios dos investidores em torno do setor bancário e o nível elevado da dívida pública também contribuíram para a subida das taxas de juro, embora estejam a recuar nas últimas semanas” –– a taxa a dez anos situa-se nos 3,574%. No entanto, os custos de financiamento, diz a DBRS, continuam a ser “geríveis” e o impacto da subida das yields é “parcialmente mitigado por uma estrutura favorável da dívida“.
Nichola James, co-responsável pelo departamento de ratings soberanos da DBRS, explicou ao ECO porque é que a agência canadiana ainda não vê perspetivas de subir a nota que atribui a Portugal. Não é que os resultados tenham sido maus até ao momento, mas as provas dadas ainda não chegam, garantiu.
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