Cortiça caminha para os mil milhões em exportações
Setor fechou o ano de 2016 com vendas ao exterior de 937,5 milhões de euros, mais 4% face ao ano anterior. Valor representa 7,5% das exportações nacionais.
O setor da cortiça bateu em 2016 todos os recordes, com 937,5 milhões de euros em exportações, mais 4% face a 2015, o que confirma a confiança de empresários e investidores, indicou hoje a Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR).
A indústria exporta 90% da produção para 133 países, sendo que a rolha de cortiça se mantém como “produto premium”, com um peso de 72% no total das exportações, refere em comunicado.
Seguem-se os materiais de construção a representar 25% do total e outros produtos com 3%, sendo que as novas aplicações apresentam “um elevado potencial de crescimento”, segundo a APCOR.
Para o presidente da APCOR, João Rui Ferreira, o recorde alcançado “é o resultado de mais uma etapa do processo iniciado pela cortiça já há alguns anos, no sentido de se afirmar não só no mundo do vinho, no qual quer continuar a provar que é o melhor vedante, como também através de uma busca incessante de novas aplicações”.
"é o resultado de mais uma etapa do processo iniciado pela cortiça já há alguns anos, no sentido de se afirmar não só no mundo do vinho, no qual quer continuar a provar que é o melhor vedante, como também através de uma busca incessante de novas aplicações”
Em relação ao saldo da balança comercial do setor, este é “extremamente positivo”, sendo que a diferença entre as exportações e as importações é de 763,9 milhões de euros.
Em 2016, a cortiça representou 7,5% do total das exportações portuguesas.
O sucesso alcançado em 2016 é considerado uma consequência do “esforço na renovação de processos e produtos, do investimento em inovação e da política de comunicação internacional consciente e sustentável ao longo dos últimos 15 anos”.
O “top 5” dos principais mercados da cortiça é liderado pela França, representando 19% das exportações deste produto, um acréscimo de 10% face a 2015, seguindo-se os Estados Unidos com 18%, a Espanha com 12%, Itália com 10% e, finalmente, a Alemanha com 8%.
Os materiais de construção têm como principal destino a Alemanha com 22%, seguindo-se os Estados Unidos com 16% e a Espanha com 11%, um crescimento de 4% em 2016 face ao ano anterior.
“Para 2017 o objetivo é chegar aos 1.000 milhões de euros de exportações”, disse João Rui Ferreira, lembrando que a APCOR vai continuar atenta àqueles que considera ser os três grandes pilares da cadeia de valor do setor, com uma “aposta clara” no mercado, na evolução da indústria e na proximidade com a produção, para que possa “ter mais e melhor cortiça em Portugal”.
Fundada em 1956, a APCOR está no mercado há 60 anos e é hoje a única associação patronal do setor em Portugal, representando atualmente 270 empresas responsáveis por 80% do volume total de negócios do setor e 85% das exportações portuguesas de cortiça.
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