O que pensam os CFO? Empresas querem contratar

  • Rita Atalaia
  • 22 Maio 2017

Um estudo da Deloitte mostra que os administradores financeiros estão mais otimistas para a economia nacional. Um clima positivo que leva as empresas a quererem contratar mais no próximo ano.

Os administradores financeiros das empresas portuguesas estão mais otimistas. Apesar de manterem a cautela devido à elevada incerteza financeira, os Chief Financial Officers (CFO) estão a ser contagiados pela recuperação económica do país. É neste clima positivo que admitem contratar mais funcionários já no próximo ano.

“O maior otimismo deve-se à recuperação do crescimento económico a nível nacional, a um défice fiscal mais reduzido, à perceção de uma maior estabilidade política e à capacidade de o país se continuar a financiar externamente”, refere Nelson Fontainhas, partner da Deloitte, de acordo com um estudo da auditora.

“O Banco de Portugal reviu em alta o crescimento económico para 2017, de 1,4% para 1,8%, esperando que o crescimento a longo prazo seja guiado pelo forte aumento das exportações e pela maior procura interna”, nota Nelson Fontainhas. Isto numa altura em que o défice está em queda: Portugal vai sair do Procedimento por Défices Excessivos.

Um otimismo que é limitado pela cautela em torno da incerteza financeira. Segundo o inquérito, “perto de 50% dos CFOs em Portugal consideram que os seus negócios enfrentam um elevado nível de incerteza financeira e económica externa”, quando há seis meses era de 68%. Esta queda considerável “significa que os CFO sentem que a incerteza externa está a baixar”. Mas estas dúvidas não impedem os gestores de quererem contratar mais funcionários.

Mais otimismo, mais contratações

A Deloitte afirma que os administradores mudaram a sua expectativa em torno da contratação de trabalhadores. “O saldo entre os CFOs que esperam que as suas empresas aumentem o número de trabalhadores e aqueles que esperam uma redução passou de -8% no terceiro trimestre de 2016 para +17% no primeiro trimestre de 2017”, mostra o estudo.

O mesmo verificou-se na Europa. Na região, 34% dos inquiridos dizem que a sua empresa provavelmente aumentará o número de trabalhadores no próximo ano. Segundo a auditora, “uma vez mais, o Reino Unido tem a menor proporção de CFOs otimistas, enquanto os CFOs irlandeses continuam a ser os mais otimistas”. A culpa? O Brexit.

Porquê tanto otimismo cá dentro?

  • Mais crescimento económico: 52% dos inquiridos antecipam agora um contexto económico positivo no próximo ano. Isto depois de a economia ter crescido 2,8% no primeiro trimestre do ano. Foi o melhor registo desde o quarto trimestre de 2007 e superou todas as estimativas;
  • Mais receitas: os CFO das empresas em Portugal permanecem otimistas em relação às receitas das suas empresas, com 69% dos inquiridos a preverem que estas cresçam nos próximos 12 meses. Há seis meses, a percentagem era de 55%. É, por isso, diz a Deloitte, um “crescimento expressivo”;
  • Mais investimento: cerca de 53% dos administradores financeiros planeiam aumentar os investimentos, um crescimento em relação aos 43% no terceiro trimestre do ano passado. “É interessante destacar que apesar dos CFOs em Portugal demonstrarem um dos mais baixos apetites pelo risco, revelam estarem mais predisposto a aumentar o capex [investimento]. Esta percentagem está acima da média europeia (40%) e da Zona Euro”, acrescenta Nelson Fontainhas, da Deloitte.

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