Situação “francamente melhor” no combate às chamas em Alijó

  • Lusa
  • 17 Julho 2017

O combate ao incêndio que deflagrou no domingo em Alijó evoluiu favoravelmente durante a madrugada, mas as chamas ainda não estavam dominadas.

A situação do incêndio que lavrava em Alijó, no distrito de Vila Real, estava “francamente melhor” na manhã desta segunda-feira, mas as chamas ainda não estavam dominadas e haviam quatro zonas que inspiravam “bastantes cuidados”, informou a Proteção Civil.

O ponto da situação foi feito pouco depois das 8h00 pelo comandante operacional no terreno, Pedro Nunes, que deu conta de que “não há já nenhuma povoação em perigo” e que o itinerário IC5, que esteve cortado no domingo, já reabriu ao trânsito de forma condicionada.

“A situação está francamente melhor. As condições meteorológicas durante o período noturno favoreceram as operações de combate”, indicou o responsável, ressalvando que “o incêndio não está, neste momento, ainda dominado”. Segundo disse, existem “quatro zonas que inspiram bastantes cuidados” e onde os operacionais estão “a trabalhar arduamente” para conseguirem “dentro do menor tempo alcançar” o objetivo de dominar o fogo que começou na madrugada de domingo.

Precisamente no domingo foram retiradas da localidade de Vila Chã algumas pessoas, como medida preventiva, e que durante o período noturno regressaram a casa. A circulação na zona obrigava a algumas precauções devido ao intenso fumo que têm condicionado também a ação dos meios aéreos.

O comandante operacional indicou que já durante a manhã “na zona norte do incêndio há visibilidade para que os meios aéreos possam operar e já foi dada ordem de missão para que dois aviões médios e dois aviões pesados se desloquem para o teatro de operações”. No terreno encontravam-se cerca de 450 operacionais apoiados por cerca de 140 veículos.

Também durante a manhã, eram esperadas quatro máquinas de rastro e o reforço de mais quatro destas máquinas do Exército, além de mais quatro pelotões militares, como disse o comandante operacional. Pedro Nunes afirmou que o combate a este fogo “tem sido um pouco difícil porque a orografia é complicada, a secura dos combustíveis é complicada”, trata-se de “um incêndio com uma intensidade bastante elevada que muitas vezes está acima da capacidade de extinção dos meios de combate”.

As chamas e o fumo estavam a condicionar apenas, em termos de circulação na zona, segundo o ponto da situação feito, “algumas estradas locais e alguns caminhos penetrantes para o fogo cortados”. Relativamente aos prejuízos causados pelo incêndio, o comandante operacional disse que é uma avaliação que ainda não está feita e as “situações estão monitorizadas e avaliadas pelo serviço municipal de Proteção Civil”.

Marcelo: “Aguardamos [pela apuração de] factos e responsabilidades”

Já esta segunda-feira, o Presidente da República agradeceu a solidariedade manifestada pelos portugueses após os incêndios na região Centro e insistiu que é preciso uma “resposta rápida e exaustiva às interrogações sobre factos e responsabilidades”. Numa nota colocada no site da Presidência da República, quando passa um mês sobre o incêndio de Pedrógão Grande que fez 64 mortos e mais de 250 feridos, Marcelo Rebelo de Sousa “agradece as sugestões, opiniões, palavras de solidariedade e votos de pesar que lhe foram dirigidos pelos Portugueses” e apela ao apuramento rápido de responsabilidades.

“Depois de termos vivido uma dor sem medida perante uma tragédia quase sem precedente na história do Portugal Democrático, aguardamos pela resposta rápida e exaustiva às interrogações sobre factos e responsabilidades”, lê-se na nota. Mas, ao mesmo tempo, prossegue Marcelo Rebelo de Sousa, deve-se “louvar o espírito nacional de entreajuda e de reconstrução, que muito tem contribuído para que seja mais rápida a recuperação das pessoas e comunidades atingidas pela tragédia”, referindo-se aos donativos conseguidos, no valor de 13,3 milhões de euros.

“Tudo com a visão nacional, sempre demonstrada pela nossa pátria, ao longo dos séculos, perante as adversidades mais pesadas e complexas”, concluiu o Presidente, que se encontra no México em visita de Estado.

Os incêndios de junho iniciados em Pedrógão Grande provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos e consumiram mais de 53 mil hectares. Os fogos da região Centro afetaram aproximadamente 500 habitações, quase 50 empresas e os empregos de 372 pessoas. Os prejuízos diretos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.

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