EDP e Galp cortam investimento no gás natural

  • Lusa
  • 20 Julho 2017

A EDP é a empresa que apresenta reduções mais significativas no investimento. Sonorgás e Tagusgás contrariam esta tendência.

A EDP e a Galp vão reduzir o investimento nas redes de distribuição de gás natural nos próximos cinco anos, com uma diminuição de 14,5% e 7,5%, respetivamente, para os cerca de 109 milhões de euros cada.

De acordo com o parecer às propostas de investimento das redes de distribuição de gás natural para o período 2017-2021, a EDP Gás Distribuição protagoniza a maior redução, de 14,5% para os 109,9 milhões de euros, mas prevê continuar a penetração do gás natural na sua área de concessão, com o abastecimento a um novo concelho, Caminha.

Em contraste, as empresas do grupo Galp, à semelhança do ocorrido na anterior proposta, não preveem nenhum projeto de expansão a novos concelhos das áreas de influência das concessões, nem a quaisquer novos abastecimentos dentro dos atuais concelhos a clientes que não sejam de baixa pressão, com o investimento previsto a diminuir em cerca de 7,5%, para 109,8 milhões de euros, face ao proposto em 2014, com destaque para a queda de 20% da Lisboagás (de cerca de 52 para os 41,6 milhões de euros).

Segundo o parecer da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) às propostas das empresas, o esforço de investimento dos operadores do grupo Galp – que desde final de 2016 está no negócio em parceria com os japoneses da Marubeni – “é comparativamente mais reduzido ao dos períodos anteriores apesar de alguns concelhos da concessão ainda não terem acesso ao gás natural e de haver um potencial de desenvolvimento maior que o assumido nos objetivos do plano“.

Esta orientação, adiantam esses operadores de rede de distribuição, “é norteada por princípios de racionalidade do investimento e de prudência” e o esforço de investimento será feito sobretudo em concelhos já “gaseificados” ou próximos da rede de distribuição existente.

Apesar da diminuição do nível de investimento proposto pelos operadores de redes dos dois maiores grupos económicos, EDP e Galp, o investimento total de todas as propostas de 2016 é ligeiramente superior ao proposto nas anteriores propostas, em cerca de 2,5%, atingindo os 274,2 milhões de euros.

Este aumento do valor dos investimentos totais deve-se às propostas de investimento apresentadas pela Tagusgás, de 38,2% para os 15,8 milhões de euros, e, principalmente, pela Sonorgás – Sociedade de Gás do Norte relativo aos 18 novos polos de consumo (no montante de 36,77 milhões de euros), atribuídos em 4 de setembro de 2015 pelo Governo. Se o investimento previsto pela Sonorgás para os novos polos não fosse considerado, o montante total de investimento para o período de 2017 a 2021 registaria uma redução de 11,22% face ao período anterior (2015-2019).

Atualmente existem em Portugal 11 operadores de redes de gás natural, que abastecem cerca de 1,4 milhões de consumidores, sendo 7% do consumo residencial. O processo de definição e de aprovação dos Planos de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Distribuição de Gás Natural para o período 2017-2021, que agora é encaminhado para o Governo, é o segundo exercício executado para as redes de distribuição de gás natural.

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