Como a hiperinflação na Venezuela está a ajudar a Bitcoin
Os venezuelanos estão a ser empurrados para o uso das criptomoedas locais para tentar proteger o seu dinheiro da desvalorização e das restrições de Maduro. A Bitcoin atinge recordes.
Entre as restrições de Nicolás Maduro para a compra de divisas e a hiperinflação que já ultrapassou os 100% este ano, os venezuelanos estão à procura de maneiras de salvaguardar as suas poupanças. Uma solução tem sido, claramente, as criptomoedas. O jornal espanhol Cinco Días destaca que, há um ano, o valor de transações semanais com Bitcoin na Venezuela era de 11.674 euros, enquanto agora roça o milhão e meio — é um crescimento de mais de 12.000%.
A Bitcoin acaba por ser um ativo mais seguro para os venezuelanos do que a moeda nacional, numa altura em que Maduro limita a compra de dólares ou euros, e mesmo de bens como o ouro, e em que alguns bens alimentares básicos já custam mais do que um salário mínimo venezuelano. A hiperinflação no país sul-americano tem dado uma ajuda à criptomoeda Bitcoin, que “parece ser a única opção disponível para as pessoas no país”, segundo o jornalista Gustavo López, do site especializado Diario Bitcoin.
Na semana passada, destaca Gustavo López, registou-se um novo recorde semanal nas transações da startup LocalBitcoins no país. “Quase 11 milhões de bolívares foram trocados na plataforma, quando o volume da semana anterior era de cerca de 8,8 milhões de bolívares”, continua o jornalista. “É um crescimento notável”.
A startup finlandesa LocalBitcoins surgiu em 2014 para facilitar a troca de bitcoins por moedas locais. Os utilizadores podem colocar anúncios no site da startup para comprar e vender bitcoins em várias moedas, e podem mesmo encontrar-se em pessoa para realizar a troca caso seja necessário.
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