Guerra aberta: Facebook ataca vídeo e YouTube atira ao chat
A rede social vai produzir e distribuir vídeo próprios. A plataforma de vídeo quer os seus utilizadores a falar entre si. Até onde vai a guerra entre Facebook e Google?
A guerra entre Facebook e Google já é antiga, mas a partir de agora, cada empresa tem o pé mais fincado no campo de batalha da adversária. Enquanto a rede social vai apostar na produção e disponibilização de vídeos — a ferramenta Watch –, a plataforma de vídeos vai permitir a partilha direta de mensagens e links entre utilizadores, sem parar a reprodução ou sair da aplicação.
Do lado da rede social, Mark Zuckerberg quer redefinir os serões dos facebookers: agora, com a funcionalidade Watch, os utilizadores poderão assistir aos mesmos vídeos que os seus amigos e partilhar reações. Os conteúdos variam desde vídeos ao vivo até à emissão de jogos da Liga de Basebol. Para já, a Watch vai ser testada nos EUA e só depois chegará ao restante público.
“Os comentários e reações a um vídeo são frequentemente uma parte da experiência de assistir a um vídeo tão relevante como o vídeo em si”, afirma o Facebook em comunicado, baseando na experiência do vídeo ao vivo. Neste sentido, a experiência da Watch dá prevalência à interação — não só entre os utilizadores mas também entre estes e quem produz os vídeos. Os vídeos poderão ser vistos ao vivo ou já gravados, mas serão emitidos em séries de episódios subjacentes a um tema.
Um exemplo será a série de episódios que terá Gabby Bernstein, uma autora de bestseller, que irá utilizar os seus vídeos (um misto de gravações e ao vivo) para responder a questões dos fãs. Também está planeado um programa de culinária, com pequenos chefes. A Liga de Basebol vai também emitir um jogo por semana no Facebook.
Para que os utilizadores não percam nenhum episódio, poderão consultar um arquivo — a Watchlist. Para explorar novos conteúdos, existirá uma secção na qual o Facebook dará sugestões de acordo com o que “Os amigos estão a ver”, “Os mais falados” e até “O que está a fazer as pessoas rirem”, sendo esta última secção baseada nas reações aos vídeos.
“Aprendemos que as pessoas gostam de descobrir vídeos no feed de notícias, mas que também querem um espaço dedicado ao vídeo”, diz o Facebook em comunicado. Numa altura em que Zuckerberg quer reduzir a dependência das receitas do Facebook, esta nova aposta não deixa cair a “galinha dos ovos de ouro”. A Watch vai estar disponível em várias plataformas: telemóvel, computador e portátil, e ainda nas aplicações de TV do grupo Facebook.
Quer partilhar um vídeo? Não saia do YouTube
E se antes, para partilhar um vídeo do YouTube com os seus amigos, era preciso parar a reprodução do mesmo e utilizar uma segunda aplicação — por exemplo o Facebook Messenger –, a partir de agora a plataforma de vídeo não quer que o utilizador saia e disponibiliza um serviço de partilha direta com os contactos. Este já estava a ser testado no Canadá, mas o sucesso do mesmo fez com que fosse expandido a todos os países.
Ainda que a atualização não tenha chegado ao nosso país, como apurou o ECO através das aplicações móveis em ambiente Android e iOS, esta estará para breve. Para além de reencaminhar os vídeos para um ou mais contactos, é possível responder em tempo real, ou mesmo enviar uma mensagem direta a qualquer utilizador da plataforma, sem vídeo anexado.
Não é certo que esta ferramenta substitua os métodos antigos de partilha, visto que o utilizador apenas poderá partilhar com os seus contactos dentro da plataforma: por exemplo, se um amigo não tiver conta no YouTube, a partilha não terá sucesso. Ainda assim, esta assume-se como uma farpa atirada pela Google à sua rival Facebook, avisando-a que não é só nas suas aplicações que as partilhas diretas funcionam.
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