Castro Mendes: “Quero mais orçamento para a Cultura mas não ponho como meta 1%”
O ministro da Cultura admite que gostaria de ter 1% do Orçamento do Estado para a Cultura e avança que vai refazer o Plano Nacional de Leitura.
O ministro da Cultura reconhece que gostaria que a Cultura viesse a ter 1% do Orçamento do Estado. Luís Filipe Castro Mendes, em entrevista ao Diário de Notícias disse quer um aumento de verbas, à semelhança do que aconteceu no anterior, mas não impõe o 1% como meta.
“O importante não é o 1%, mas termos mais investimento na Cultura”, disse. “O raciocínio do 1% esquece que muito investimento público da cultura se faz por outros meios que não o Ministério. Portanto, quero mais orçamento para a Cultura, mas não ponho como meta 1%. Quem me dera ter 1%, mas não é isso que quero porque temos de contar também com todas as entidades públicas que trabalham no setor”, acrescentou.
O raciocínio do 1% esquece que muito investimento público da cultura se faz por outros meios que não o Ministério. Portanto, quero mais orçamento para a Cultura, mas não ponho como meta 1%. Quem me dera ter 1%, mas não é isso que quero porque temos de contar também com todas as entidades públicas que trabalham no setor.
O responsável da pasta lembrou ainda que a Cultura já teve um aumento “de 2016 para 2017, ficando o orçamento em 200 milhões. O que representa um crescimento de 20 milhões”.
E se o dinheiro é pouco o ministro, que é poeta e já foi diplomata, garante que se podem “fazer muitas coisas”. Desde logo, “zelar pela preservação e utilização ativa e criativa do património, apoiar a criação artística e literária e a internacionalização da cultura”. O ministro deve “ser um facilitador”, defende.
Luís Filipe Castro Mendes sublinha o papel das indústrias criativas enquanto produtoras de riqueza e não como “consumidoras de subsídios”. “As pessoas têm uma ideia da cultura como uns sujeitos que vivem a mendigar subsídios ao Estado sem ver aquilo em que a cultura produz riqueza e o acréscimo que dá ao PIB e que tem efeitos no turismo. Sabemos que o turista de classe média quer conhecer o património e a cultura e ter experiências diferentes”, afirmou o responsável na entrevista ao DN.
As pessoas têm uma ideia da cultura como uns sujeitos que vivem a mendigar subsídios ao Estado sem ver aquilo em que a cultura produz riqueza e o acréscimo que dá ao PIB e que tem efeitos no turismo.
“A arte portuguesa é menos conhecida do que deveria ser no mundo”, lamentou. “Por isso, a defesa e o investimento no património é um dever patriótico porque é fundamental para mantermos esta atratividade que o turismo cultural representa. O turista atual não viaja para ir à praia, beber cerveja e embebedar-se, esse não é o turista que queremos, tal como já não é só o turista que vai para o golf e para o hotel de luxo unicamente. Claro que todos os turismos nos interessam, mas o turismo que verdadeiramente vai desenvolver e está a transformar o país é de classe média culta que quer conhecer”, acrescentou.
Na entrevista, Luís Filipe Castro Mendes revelou ainda que o Executivo vai “refazer o Plano Nacional de Leitura, para ser mais inclusivo e menos restringido à área da educação básica e secundária”. “O propósito é aliar o trabalho das bibliotecas públicas e escolares de uma maneira mais sistemática e apoiada”, justificou. “Porque, de vez em quando, há que mexer nos cânones e voltar a chamar um autor como Branquinho da Fonseca, Ferreira de Castro ou Fernando Namora”, acrescentou.
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