Santana Lopes apresenta candidatura: “Nunca fiz coro com os adversários do PSD”
Na apresentação da sua candidatura à liderança do PSD, Pedro Santana Lopes deixou mensagens ao que é, até agora, o seu principal adversário, Rui Rio. E quis pôr o passado - 2004 e 2005 - para trás.
Pedro Santana Lopes apresentou este domingo a sua candidatura à liderança do PSD, com o lema de “Unir o partido, ganhar o país”, e referindo ainda outro no seu discurso, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) em Santarém: “Por um PSD cada vez mais PPD”. E não poupou o rival Rui Rio — nem a ‘Geringonça’, a que rejeita chamar assim.
Falando sobre o futuro do seu próprio partido social-democrata, conhecido originalmente como PPD-PSD, sublinhou a importância da primeira parte da sigla, ao afirmar: “Por um PSD cada vez mais PPD”. E acrescentou: “Pela nossa ideologia, pelo nosso programa. Mas ao mesmo tempo para sermos um partido cada vez mais popular, próximo das pessoas. (…) Popular porque rejeita o predomínio de castas ou iluminados. Popular porque quer ser sempre o partido das bases“.
A Rui Rio deixou uma mensagem clara, num longo parágrafo perto do início do seu discurso, que foi interrompido repetidamente por aplausos: “Defendi durante estes anos o trabalho de Pedro Passos Coelho. Fi-lo com honra e com sentido de responsabilidade perante o país. Nunca fui para a Aula Magna fazer sessões com o Bloco de Esquerda ou com Mário Soares. Nunca fui para a Associação 25 de Abril ouvir elogios de Vasco Lourenço na altura em que o partido salvava Portugal da bancarrota. (…) Quando o PPD-PSD estava a chegar ao momento de conseguir a saída limpa, no termo da ajuda externa, eu nunca fui nessa altura para essas instituições dizer que, e passo a citar: ‘a democracia está mais difícil, estamos a caminho de uma ditadura corporativa’, fazer coro com os adversários do meu partido. Nunca o fiz”, completou.
Pedro Santana Lopes assinalou ainda que tinha recomendado a Pedro Passos Coelho que se houvesse um prazo mais alargado para a campanha, “por uma razão simples: Porque acho que os militantes têm direito a fazer esta clarificação com todo o conhecimento”. E acrescentou um desafio: “Gostava de sugerir que as distritais organizassem cada uma um debate, para os militantes poderem estar juntos, poderem ouvir, poderem conhecer”.
Geringonça “é o que eles querem” que lhes chamem
Pedro Santana Lopes não poupou o atual Governo e a maioria parlamentar que o suporta, que optou por não chamar de ‘Geringonça’. “Eu não gosto de chamar de ‘Geringonça’. Não sei se já repararam que eles adotaram o termo. Acho que pensam que tem alguma componente de afeto”, afirmou. “Chamá-los de ‘Geringonça’ é o que eles querem”.
Para si, esclareceu o agora candidato à liderança do PSD, “eles são uma frente de esquerda e extrema-esquerda, com os comunistas, de que o Partido Socialista se aproveita”. E não acabaram aqui as críticas: Santana Lopes também criticou as divisões entre a base parlamentar do Governo nalguns setores, e disse que o Executivo de António Costa “é mau para o nosso país”.
“Somos o único país da Europa onde isto acontece. Ainda por cima, acontece disfarçando-se, não se assumindo, querendo outra designação, e disfarçando o seu próprio programa pondo-o de lado”, concluiu, afirmando querer “mostrar aos portugueses” que merecem melhor, e que a alternativa é o PSD.
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