Pitch, unicórnio, aceleradora? Veja o glossário dos termos essenciais dos empreendedores
A presença da Web Summit em Lisboa acelerou a criação de uma gíria tecnológica, que em muitos casos ainda precisa de ser descodificada. Veja aqui o glossário.
‘Pitch’, ‘Unicórnio’ ou ‘aceleradora’ são termos cada vez mais presentes no vocabulário português. A presença da Web Summit em Lisboa acelerou a criação de uma gíria tecnológica, que em muitos casos ainda precisa de ser descodificada.
O domínio desta nova linguagem de negócios, falada entre quem trabalha ou quer vir a criar uma ‘startup’ (empresa em início de atividade), investidores e os mais ligados ao empreendedorismo, poderá ser muito útil, agora que está para breve a segunda edição em Lisboa daquele que é considerado o maior evento de ‘startups’ e empreendedorismo do mundo.
Eis um curto glossário informal dos principais termos, feito com recuso a informação disponível no ‘site’ da sociedade de capital de risco pública Portugal Ventures e outras páginas de internet do setor das tecnologias:
Aceleradora
A aceleradora apoia as ‘startups’ na transição do arranque para o amadurecimento, através de programas que dão orientação, podendo ficar com uma participação no capital da ‘startup’, ajudando-a a crescer. Apoia normalmente empresas no ‘early-stage’, ou seja, quando aquelas se preparam para levantar financiamento de capital de risco.
Os programas de aceleração são normalmente mais prolongados que os de incubação (explicada abaixo).
Bootstrap
É um processo de autofinanciamento, em que o empreendedor cria o seu projeto, apenas com recursos próprios e sem investidores.
Break-Even Point (Ponto de Equilíbrio)
É o momento a partir do qual o investimento passa a ser compensado, ou seja, quando a empresa começa a apresentar resultados de exploração positivos e os custos são iguais às suas receitas.
Burn Rate
É um método de medição temporal que indica a taxa com que uma ‘startup’ gasta o capital de exploração/capital próprio.
Business Plan
É um plano onde se descreve o modelo de negócio, contendo uma análise dos recursos e dos objetivos da empresa, as medidas adequadas e as etapas-chave para a evolução do mercado.
Business Angel (Investidor Anjo)
São investidores privados e individuais, financeiramente independentes, que decidem investir o seu próprio dinheiro em empresas em fase de arranque – ‘seed’ ou em ‘startups’, acompanhando e dando apoio estratégico aos empreendedores.
São normalmente empresários, empreendedores ou executivos que já tiveram uma carreira de sucesso e para quem uma possível perda total de seus investimentos enquanto ‘Business Angel’ não vai afetar significativamente a situação económica dos seus ativos.
Coworking
É um espaço de trabalho partilhado por diversas empresas ou empreendedores independentes, que permite a troca de ideias, experiências e conhecimentos e a partilha dos recursos e incentiva o desenvolvimento da dimensão social num ambiente mais informal.
Crowdfunding
Obtenção de capital através de financiamento coletivo, em que pequenas contribuições de um número grande de pessoas, a chamada “multidão”, financia uma empresa ou um produto, normalmente através da internet. Existem plataformas ‘online’ especializadas.
Crowdsourcing
É um meio para conseguir serviços ou ajuda de forma colaborativa para a criação de serviços, conteúdos ou soluções, a solução de problemas, o desenvolvimento de novas tecnologias e a geração de fluxo de informação. Normalmente, as contribuições surgem de um grande grupo de pessoas, normalmente espalhadas pela internet.
Early Stage
As empresas em ‘early stage’ (fase inicial) são as que têm até os três anos de existência.
Early Stage Financing
Trata-se do financiamento da fase inicial do ciclo de vida de uma empresa, quando esta geralmente ainda não tem os clientes nem os produtos disponíveis.
Empreendedor
É uma pessoa que cria um negócio e assume os potenciais riscos e os ganhos.
Exit (saída)
Ocorre quando um sócio, investidor ou empreendedor entrega a sua participação na empresa em troca de uma quantia de dinheiro, deixando a sociedade.
Incubadora
São instituições ou iniciativas que dão às ‘startups’ a oportunidade de desenvolverem as suas ideias de negócio, apoiando-as na prática em termos de infraestrutura e aconselhamento, por um determinado período de tempo, sobretudo nas primeiras etapas da sua vida. Como explica a Portugal Ventures, “é uma analogia com os nascimentos de bebés: os que nascem frágeis ficam dentro da incubadora até terem condições para seguir a vida fora delas”.
A oportunidade de residir dentro das incubadoras (ou aceleradores de empresa) é limitada no tempo.
Love Capital
Capital levantado por familiares e amigos para o arranque e ou desenvolvimento da empresa.
Meetup
Quando vários profissionais, desde empreendedores, presidentes de empresas, programadores e investidores, se juntam num encontro informal para a troca de ideias.
Muitas vezes, as pessoas conversam de pé para facilitar a circulação e o ‘networking’.
Mentor
Ter um bom mentor pode ser decisivo para o sucesso. O mentor é um conselheiro empresarial, normalmente são figuras muito conhecidas, com um papel muito importante no processo de validação, início ou desenvolvimento de uma ‘startup’. Apoia os empreendedores no desenvolvimento de ideias e do modelo de negócio.
Networking
Ter ou estabelecer uma rede de contactos. É uma boa forma de aumentar a qualidade dos relacionamentos, para benefício mútuo no meio profissional. O objetivo de qualquer empreendedor é aumentar a sua rede para dar a conhecer o seu projeto.
Pitch (Elevator Pitch)
É uma breve apresentação de uma empresa ou da sua ideia de negócio. Em apenas 3 a 5 minutos, é apresentada uma ideia de negócio com objetivo de conquistar o interesse da outra parte, um potencial investidor ou parceiro, pelo seu negócio. É considerada uma ferramenta essencial para os empreendedores conseguirem investimento.
Retorno sobre o Investimento – ROI
É o dinheiro que um investidor recebe de volta como percentagem do valor investido.
Rondas A, B e C
São as rondas de investimento ao longo da vida de uma ‘startup’. Após a fase ‘seed’, as empresas seguem para as rondas A, B e C, e assim por diante. Um IPO (Oferta Pública Inicial – entrada em bolsa) poderá também ser considerado como uma ronda, já que também corresponde a um levantamento de capital.
Série A – quando um investimento ‘seed’ levou a empresa até onde podia;
Série B – quando a empresa está perto de atingir rentabilidade, mas precisa de capital para satisfazer necessidades de recrutamento ou desenvolvimento;
Série C e D+ – conhecidas como rondas de ‘late stage’ já que acontecem geralmente quando a empresa já tem o modelo de negócio bem desenvolvido, gera receitas significativas e tem como objetivo a expansão em grande escala.
SaaS
Área de especialização em ‘software’, incluindo as tecnologias de informação. Sigla significa, «Software as a Service», ou seja, «’Software’ como serviço».
Seed Capital (Capital Semente)
É o capital que se capta quando o negócio está na sua fase inicial (primeira versão do plano financeiro e os primeiros esboços do produto), para dar os primeiros passos no mercado e antes de chegar à fase de ‘early stage’.
Seed Stage
Trata-se da fase anterior ao arranque formal de uma empresa e onde se concebe e desenvolve um conceito inicial de produto ou serviço.
Stage
A fase de desenvolvimento em que se está uma empresa. Normalmente, classificam-se como ‘early stage’ (fase inicial), ‘mid-stage’ (fase média) e ‘late stage’ (fase avançada).
Startup
É uma empresa em início de atividade com projetos que podem ser altamente escaláveis, ou seja, com um negócio que pode crescer muito rapidamente. Hoje, este termo está cada vez mais associado às empresas de base tecnológica, ou seja, que criam uma tecnologia para negócios. Uma das características das ‘startups” é o facto de envolver algum risco e incerteza no negócio.
Unicórnios
São as ‘startups’ com um valor de mercado superior a mil milhões de dólares (cerca de 900 milhões de euros).
Venture Capital (Capital de Risco)
É o termo usado para todas as classes de investidores de risco. Os mais comuns são fundos que investem nas empresas com forte potencial de crescimento e em que o retorno esperado é semelhante ao risco que os investidores estão decididos a correr. Além do contributo em capital, as sociedades de capital de risco ajudam na gestão e consultadoria.
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