Depois da Ryanair, falha na American Airlines deixa milhares de voos sem piloto
Erro no sistema que planeia férias de pilotos está a pôr em risco de cancelamento 15 mil voos da American Airlines. Transportadora aérea americana ofereceu mais dinheiro aos pilotos, que o rejeitaram.
Se as férias são sinónimo de descanso e satisfação para o comum dos mortais, para as companhias aéreas parecem ser períodos de verdadeiro drama, especialmente quando o sistema de planeamento de folgas dos pilotos falha. Foi isso que aconteceu, em setembro, à irlandesa Ryanair e que acaba de acontecer à norte-americana American Airlines. Cerca de 15 mil voos (de 17 a 31 de dezembro) dessa companhia de aviação estão, assim, em risco de serem cancelados, devido a um erro no agendamento das pausas dos pilotos.
Normalmente, o sistema não permite que os profissionais neguem ficar a cargo dos voos que lhes foram atribuídos a menos que estejam disponíveis outros pilotos para os cobrirem. Neste caso, os profissionais conseguiram indicar que não estariam disponíveis sem que o sistema primeiro confirmasse se haveria substitutos suficientes para essas datas, deixando lacunas no mapa de distribuição dos voos. “O computador disse: ‘Olá, malta. Querem dias de folga? Tomem lá”, brincou o porta-voz da transportadora, em declarações à CNBC.
Em resposta, a American Airlines está a oferecer a esses trabalhadores um aumento de 150% nos dias afetados pela falha. A medida não teve, contudo, o efeito desejado. Segundo o mesmo órgão de comunicação, o sindicato Allied Pilots Association — que representa mais de 15 mil pilotos — apresentou queixa contra a transportadora e alega que a solução proposta “viola os contratos, tendo em conta a política restritiva de pagamento de horas extraordinárias da empresa”.
À Bloomberg, o porta-voz da American Airlines garantiu que estão a tentar evitar qualquer disrupção no serviço. “Estamos a trabalhar diligentemente para resolver o problema e esperamos evitar qualquer cancelamento durante este período festivo”, sublinhou Matt Miller. Mesmo que consiga manter os voos, a transportadora norte-americana deverá, no mínimo, sofrer com o aumento dos gastos com os recursos humanos, o que é particularmente preocupante já que os investidores estão a apertar o escrutínio sobre as despesas da empresa.
De acordo com o The New York Times, os voos afetados têm origem em Boston, Washington, Nova York, Chicago, Filadélfia, Charlotte (no estado da Carolina do Norte) e Dallas (no Texas). A American Airlines é a maior transportadora aérea do mundo e realiza cerca de 6,700 voos por dia.
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