Com a Apple na mira, Huawei não crescia tão pouco desde 2013

  • ECO
  • 29 Dezembro 2017

Huawei não via as suas receitas crescerem tão pouco, desde 2013. Líder executivo considera que o futuro passa pela inovação, alargamento do serviço de cloud e reforço da rede de telecomunicações.

Focada em destronar a Apple e a Samsung, a Huawei deve fechar 2017 com o crescimento mais baixo dos últimos quatro anos. Desde 2013, que as receitas da gigante chinesa não subiam tão pouco.

Num comunicado interno a que a Bloomberg teve acesso, o líder executivo da empresa de tecnologia, Ken Hu, revelou que, este ano, as receitas subiram apenas 15%, atingindo os 600 mil milhões de ienes (cerca de quatro mil milhões de euros). Em contraste, em 2016, a Huawei tinha crescido 32%.

Um dos principais motivos deste quadro deverá ser a estagnação da sua maior fonte de rendimento: a rede de telecomunicações. Espera-se que a construção de redes da próxima geração animem os clientes. “O negócio da nossa operadora foi afetado pelas tendências de investimento, mas mantém-se estável”, já confirmou um executivo da companhia. De acordo com o mesmo representante, as flutuações dos mercados têm promovido no seio da gigante uma cultura de alianças com outras operadoras, para que sejam aproveitadas novas oportunidades.

No que diz respeito ao setor da Huawei dedicado ao consumo — isto é, à venda de smartphones e relógios inteligentes — as notícias são mais otimistas. Nesta área, a empresa conquistou um crescimento de 30% das suas receitas, atingindo os 236 mil milhões de ienes (pouco mais de 1,75 mil milhões de euros), em 2017.

O cenário menos positivo que marca o encerramento deste ano não surge, contudo, sem aviso. Em 2016, o então líder executivo da gigante apelara a uma nova estratégia de gestão e ao fim do “otimismo cego e retórico”.

Este ano, no comunicado mencionado, Ken Hu deixou claro que é preciso manter um ritmo de crescimento médio a elevado e realçou que o futuro da empresa passa também pelo alargamento da escala do seu serviço de cloud, bem como pela inovação a nível da rede de telecomunicações. No próximo ano, adianta o Business Standard, a Huawei deve, por isso, focar-se na acumulação de lucros, já que a expansão do negócio dos smartphones tem garantido margens muito curtas e o investimento no marketing tem sido forte.

A Huawei tem assumido um papel central na luta contra a liderança da Apple e da Samsung, no mercado tecnológico. A multinacional liderada por Tim Cook está, no entanto, a dar luta, especialmente agora que lançou o seu novo modelo — o iPhone X — com o qual se espera infiltrar nas camadas da população chinesa mais preocupadas com a sua posição social.

Fundada em 1987 pelo engenheiro Ren Zhengfei, a Huawei é atualmente uma das maiores e mais diversificadas companhias chinesas, ocupando o terceiro lugar no ranking mundial dos vendedores de smartphones. Em 2017, a Huawei fabricou e distribuiu 153 milhões de unidades, detendo 10% do mercado global.

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