Utilitário, de cinco portas… a gasóleo. O carro dos portugueses

Os portugueses compraram mais automóveis novos no ano passado. Uma boa parte destes foram para rent a car, mas muitos estão nas mãos das famílias. Mas que carros compraram?

222.129. É este o número total de automóveis ligeiros de passageiros comercializados no mercado nacional durante o ano passado, valor que representa um crescimento de 7,1% face ao ano passado — o mercado, como um todo, registou um aumento de 7,7% nas vendas. Muitos destes veículos foram para rent a car, segmento que já representa quase um quarto do total das vendas (24%). Mas que carros são estes? Essencialmente, utilitários. São de cinco portas e maioritariamente a gasóleo, sendo que o peso do diesel está a cair. A eletricidade começa a acelerar nas quatro rodas.

Não há dúvida de que os carros de menores dimensões, os utilitários, recolhem a “preferência” dos consumidores portugueses. De acordo com os dados da ACAP, o segmento representou 40,2% do total de automóveis comercializados no mercado nacional, sendo esta eleição reflexo, muitas vezes, dos valores mais em conta destes automóveis. São a maior fatia, mas encolheu face a 2016. Os compactos, ou médios familiares, por seu lado, ganharam quota, passando de 37,3% para 37,8% do total. Além destes, só mesmo o segmento E, o de automóveis de gama alta, registou um crescimento.

Os portugueses “preferem” utilitários, sendo que a maioria são modelos de cinco portas. Os dados da ACAP revelam que as berlinas de cinco portas representam quase metade de todos os veículos comercializados no ano passado, sendo que as de três portas apenas conquistaram 2% de um mercado no qual as carrinhas também já foram bem mais representativas. Agora, representam apenas 18% do total.

O destaque, olhando para o tipo de carroçaria, vai para os SUV. Este segmento tem vindo a ganhar cada vez maior peso “seja pela procura, seja pelo crescimento da oferta” por parte das marcas, salientou Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP. Os SUV 4×2 representaram 19% das vendas no último ano, enquanto os SUV 4×4 ficaram com uma quota de 3%. No total, estes automóveis representaram 22% das vendas.

Recapitulando: os portugueses compram utilitários de cinco portas. E qual é o motor? A gasóleo. O diesel continua a ser a preferência da generalidade dos condutores nacionais que seguem atraídos pelos menores consumos associados a estes motores, mas também pelo preço de venda de gasóleo mais baixo do que o da gasolina.

Ainda assim, o peso do gasóleo já foi bem mais expressivo. Em 2013, o peso era de 72%, caindo para 61% em 2017. No ano passado “verificou-se uma diminuição do peso do gasóleo, basicamente em resultado de uma transferência para outras energias”, nota a ACAP, acrescentando que o “peso da gasolina aumentou em um ponto percentual”.

Juntando todas as variáveis, o modelo mais vendido no mercado nacional durante o ano passado foi o Renault Clio, superando a fasquia das 12 mil unidades, praticamente duplicando as vendas do segundo, o Peugeot 208 que ficou “taco a taco” com outro Renault, nesta caso de gama superior, o Megane. Há ainda mais um Renault no top 5, o Captur, um pequeno SUV que tentou fazer frente a outro SUV, o que lançou a moda, o Nissan Qashqai.

 

Mais carros elétricos. E mais cheques

Ao mesmo tempo que o gasóleo perde peso no mix de vendas, os veículos que utilizam energias alternativas ganham peso, representando 4,7% do total, com os elétricos a destacarem-se. A ACAP salienta o “crescimento de três dígitos, verificado nos veículos elétricos e híbridos plug-in, que é revelador da crescente procura que existe neste segmento”.

“Só para termos a noção exata, em 2010 venderam-se cinco veículos híbridos plug-in. Em 2017, as vendas foram de 2.442 unidades. Nos veículos elétricos, o crescimento foi de 117% em 2017. A crescente eletrificação do parque automóvel é uma realidade incontornável no futuro próximo”, refere Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP. Neste sentido, a associação defende o “fim do limite de mil unidades nos incentivos aos carros elétricos”.

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