Ranking dos multimilionários. Também aqui, #mulhernãoentra
Entre 2.208 multimilionários no mundo, só há 256 mulheres. Só dez estão entre os 100 mais ricos. E muitas são multimilionárias por herança.
Recebem menos do que os colegas homens que desempenham trabalho igual, ocupam menos cargos de liderança nas empresas, a sua representatividade na política não corresponde à realidade social, a sua presença no espaço de debate e opinião fica aquém da paridade, estão mais sujeitas ao risco de pobreza ou exclusão social e são mais afetadas pelas crises internacionais. A lista da desigualdade de género pode continuar e até as mais ricas do mundo têm razão de queixa. No ranking dos multimilionários da Forbes, as mulheres só representam 11% da lista.
A mais recente lista dos multimilionários, divulgada pela revista norte-americana, mostra que, este ano, há 2.208 multimilionários em todo o mundo, um número recorde que representa um aumento de 8%. O número de mulheres na lista até aumentou este ano, mas a sua representatividade ficou praticamente igual: o ranking só conta com 256 mulheres, o equivalente a 11,6% do total, quando, no ano passado, eram 227 mulheres (o que representava 11,1% do total).
A mulher mais rica do mundo é Alice Walton, na 16.ª posição. É filha de Sam Walton, fundador da cadeia de retalho norte-americana Walmart, e trabalha como curadora de arte, ao contrário dos seus irmãos, que trabalham no negócio da família. Fundou um museu, o Crystal Bridges Museum of American Art, no Arkansas. A sua fortuna está avaliada em 46 mil milhões de dólares (cerca de 37 mil milhões de euros).
Esta é, aliás, uma característica comum a muitas das mulheres da lista: são ricas por herança. É também o caso da segunda e da terceira mulheres mais ricas do mundo, respetivamente Françoise Bettencourt Meyers, neta do fundador da L’Oreal e herdeira da empresa de cosmética depois da morte da sua mãe no ano passado, e Susanne Klatten, filha de Herbert Quandt, o industrial alemão que ficou conhecido por salvar a BMW da falência, na década de 60.
Esta é uma tendência que se regista, pelo menos, entre todas as dez mais ricas do mundo. Entre as 256, a Forbes contabiliza apenas 72 mulheres que se tornaram multimilionárias à conta do seu trabalho (as chamadas self-made billionaires), e não por herança. A nível global, 67% dos mais de dois mil multimilionários em todo o mundo são considerados “self-made“.
Por outro lado, das 256 mulheres que entram no ranking, só dez estão entre os 100 primeiros nomes a nível global.
As dez mulheres mais ricas do mundo
Entre as mulheres mais ricas conta-se também uma portuguesa, que é, aliás, a única representante de Portugal no ranking dos multimilionários. É Maria Fernanda Amorim, viúva de Américo Amorim, que ocupa a posição 382, com uma fortuna avaliada em 5,1 mil milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros).
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