Castelo Branco compra aplicação que emite alertas de incêndio aos munícipes

A autarquia vai passar a emitir alertas de incêndio para os telemóveis dos cidadãos que descarregarem a aplicação Firerisk, da startup portuguesa Evox Technologies. Sistema custou 5.000 euros.

A autarquia de Castelo Branco vai passar a emitir alertas à população em caso de incêndio ou outras ocorrências na área do concelho. Os alertas serão enviados aos munícipes através da aplicação Firerisk, desenvolvida pela startup portuguesa Evox Technologies, que foi uma das vencedoras do programa Startup Simplex em 2016.

Ao que o ECO apurou junto da empresa, a Câmara Municipal de Castelo Branco adquiriu a aplicação por 5.000 euros. Passa, assim, a “dispor de um sistema de alertas que permite avisar os seus munícipes, em tempo real, em caso de ocorrência de incêndios” na região. Entre as informações que poderão ser emitidas estão ainda o corte de estradas, evacuação de espaços ou outras indicações de utilidade pública.

Contactada, fonte do gabinete da presidência da Câmara Municipal de Castelo Branco confirmou ao ECO a compra deste software.

A empresa recolhe e agrega também dados sobre incêndios ativos em Portugal e permite aos utilizadores, mediante um registo na app, indicar locais para os quais se pretende receber alertas. Por exemplo, delineando um terreno na Firerisk, o proprietário passará a ser notificado caso haja um fogo florestal em curso no espaço envolvente de dez quilómetros. Pode ainda adicionar uma habitação e saber que área de 50 metros deve ser limpa em torno do imóvel, como medida de prevenção.

Além disso, a aplicação tem manuais sobre como agir antes, durante e depois de um incêndio. Há ainda uma função que permitirá aos utilizadores reportarem incidentes às câmaras municipais aderentes. A tecnologia já foi desenvolvida mas ainda não está em funcionamento.

Acreditamos que o ano que passou foi um exemplo daquilo que são as falhas de comunicação entre o cidadão e as entidades públicas.

Teresa Fonseca

Firerisk

Teresa Fonseca, responsável da empresa que gere a Firerisk, explicou que a aplicação está apenas disponível para o sistema operativo Android — o download é grátis e pode ser feito na Play Store –, mas que há a intenção de lançar uma versão para iOS ainda este ano. Só ainda não foi feito por ter “custos bem mais elevados”.

“Acreditamos que o ano que passou foi um exemplo daquilo que são as falhas de comunicação entre o cidadão e as entidades públicas. É fundamental que o Estado, a Administração Central e Local, se prepare rapidamente e alie a tecnologia e que tenha sistemas mais céleres”, disse Teresa Fonseca ao ECO. “Além disso, é um direito do cidadão ter acesso à informação sobre o risco e, hoje, existem poucas ferramentas que nos permitem isso”, defendeu.

O ECO sabe que estão a ser negociados mais protocolos entre a Firerisk e outros municípios portugueses. Além disso, segundo Teresa Fonseca, a equipa da Firerisk já demonstrou o funcionamento da aplicação a responsáveis da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que serão parceiros da empresa “desde o início”. “Há pouco tempo estivemos na ANPC para demonstrar como é que a aplicação pode responder perfeitamente aos interesses deles”, sublinhou a responsável da startup.

Capturas de ecrã da aplicação em funcionamento. À esquerda, as opções. À direita, o mapa de incêndios. Os alertas são enviados via notificação para o telemóvel do utilizador.Evox Technologies

De recordar que, em meados de fevereiro, a Anacom (o regulador das comunicações) anunciou que se encontra a estudar, em conjunto com o Ministério da Administração Interna, a criação de um sistema de alertas à população em caso de iminência ou ocorrência de acidentes graves e catástrofes, tais como incêndios, cheias, atentados, entre outros. Como o ECO apurou na altura, o sistema poderá abranger alertas à população por telefone, rádio e televisão.

Representantes da Proteção Civil participaram em reuniões com a Anacom e o ministério, assim como das operadoras de telecomunicações e de alguns dos principais meios de comunicação social portugueses.

(Notícia atualizada às 18h08 com confirmação da Câmara Municipal de Castelo Branco)

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