Quem é a Engie, a empresa francesa que fez a EDP disparar quase 8%?

  • Juliana Nogueira Santos
  • 9 Abril 2018

Está presente em 70 países e é uma das primeiras cotadas francesas a ser liderada por uma mulher. Conheça a empresa que terá expressado interesse na elétrica nacional.

Isabelle Kocher, à esquerda, é a presidente executiva da Engie, a segunda maior elétrica mundial.Engie

Esta segunda-feira foi noticiado o eventual interesse da francesa Engie na EDP. Segundo o jornal francês BFM, as duas empresas já estarão em conversações, com a operação a ser objeto de estudo nos escritórios franceses há algumas semanas. Mas quem é a Engie?

A empresa francesa opera em três setores: a eletricidade, o gás natural e os serviços energéticos, tendo nascido da fusão entre a Gaz de France e a Suez, em julho de 2008. Ainda assim, a história desta empresa remonta muito antes da data da fusão. Enquanto a Suez era uma das maiores multinacionais a operar no mundo, a Gaz de France foi criada ao mesmo tempo que a EDF, a principal concorrente atual da Engie.

A fusão deu-se, então, há dez anos, altura em que a GDF Suez se terá tornado a segunda maior utility a operar no mercado mundial. Em 2015, esta empresa mudou o nome para Engie, num esforço por mudar a imagem da empresa e destacar o seu caráter internacional.

Presente em 70 países, a empresa conta com 153 mil empregados, tendo fechado o ano de 2016 com receitas de mais de 66 milhões de euros. Isto após dois anos a registar perdas e um plano de reestruturação de três anos — que incluiu a venda de 15 mil milhões de euros em ativos e a injeção de 22 mil milhões.

A empresa ficou também conhecida por ser uma das primeiras cotadas francesas a ser liderada por uma mulher. Isabelle Kocher é a CEO do grupo desde 2016, tendo ao seu lado, e até 18 de maio deste ano, Gérard Mestrallet. Nessa altura, entrará para a empresa Jean-Pierre Clamadieu e, segundo o jornal francês, poderá ficar fechado o negócio com a EDP.

Foi também com a Engie que o Estado francês iniciou um caminho de privatizações. Em setembro do ano passado vendeu cerca de 5% da empresa por 1,5 mil milhões de euros

Mesmo privatizada, o Governo francês continua a deter a maior parte do capital desta empresa, com uma participação de 24,10%, segundo a informação detida pela Reuters. Seguem-se como principais acionistas da Engie o fundo norte-americano BlackRock, com uma participação de 4,95%, e o Capital Research, ao deter uma fatia de 4,36%.

A empresa já está em Portugal, como indica o seu site oficial, através da produção de energia elétrica, da prestação de serviços técnicos e no fornecimento de energia térmica. Terá uma faturação de 270 milhões de euros, 620 colaboradores e uma produção de 488 megawatts de energia elétrica de origem renovável e 2.474 megawatts de energia térmica.

(Notícia atualizada às 10h20 com mais informação).

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