Preço é “demasiado baixo”. OPA “não será bem-sucedida”, dizem os analistas sobre a oferta chinesa pela EDP
Os analistas parecem todos concordar num ponto quando se trata da OPA da EDP: o preço é baixo. Se os chineses querem que a oferta seja bem-sucedida, terão de revê-la em alta, dizem.
A China Three Gorges lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP. Oferece 3,26 euros por cada ação da elétrica, um preço que a maioria dos analistas diz ser muito baixo. Defendem, por isso, que o grupo chinês terá de rever esta oferta em alta se quer que o negócio — a que o Governo português já disse não se opor — vá mesmo para a frente.
A opinião parece ser quase unânime: a China Three Gorges terá de aumentar o preço. Isto apesar de o valor oferecido pela EDP ficar acima quer da cotação atual, quer da cotação média dos últimos seis meses. O preço oferecido representou um prémio de 4,8% relativamente à cotação da EDP na sexta-feira, de 3,11 euros por ação, antes de ter sido lançada a OPA. E um prémio mais elevado, de 10,8%, face ao preço médio ponderado nos últimos seis meses, de 2,94 euros por ação.
Para os analistas do BPI, o preço oferecido é “magro”. Consideram que os acionistas vão pedir mais aos chineses e salientam que não se pode descartar uma oferta concorrente. Já o CaixaBI diz que o preço da oferta é demasiado baixo para ser bem-sucedido. A mesma posição tem a Investec, com os analistas a afirmarem que a CTG terá de oferecer mais se quer que esta oferta seja um sucesso.
BPI: Prémio oferecido pelos chineses é “magro”
Os analistas do banco de investimento afirmam que o preço é baixo. “Acreditamos que o prémio de 4,8% face à cotação de fecho da última sessão antes da OPA representa um prémio magro e é provável que vários acionistas venham a pedir um preço mais alto para transferirem o controlo” para a empresa chinesa o que, por sua vez, “poderá levar a uma revisão em alta da contrapartida”, dizem os analistas Gonzalo Sanchez-Bordona e Icíar Iribarren.
“A oferta fica 1,2% acima da nossa avaliação de 3,20 euros”, diz o BPI, notando que esta avaliação não tem em conta o prémio de controlo, daí que considere que o valor oferecido pela China Three Gorges seja reduzido. Este “prémio magro” deixa “margem para potenciais ofertas concorrentes”, salienta o banco de investimento sem emitir uma recomendação aos investidores.
Investec: China Three Gorges terá de oferecer mais
Os analistas da Investec notam que o grupo chinês terá de oferecer algo mais se quer mesmo que esta oferta avance. “Podemos supor que a China Three Gorges terá de oferecer mais do que aparentemente sugere se quer que haja mesmo negócio”, afirmam numa nota de investimento.
Harold Hutchinson e Roshan Patel consideram ainda que, além do preço, esta oferta tem ainda de superar uma série de de obstáculos, nomeadamente a obtenção de autorizações em Portugal, Espanha e União Europeia. Mas, sobretudo, nos EUA e no Brasil. “Qualquer acordo nos EUA pode ser especialmente difícil considerando as atuais tensões comercias entre os EUA e a China”, dizem.
CaixaBI: Com este preço, oferta não será bem-sucedida
Os analistas do banco de investimento da Caixa Geral de Depósitos também estão pessimistas em relação à oferta da China Three Gorges pela EDP. ““Na nossa opinião o preço da oferta é demasiado baixo para que a mesma possa ter sucesso”, referem.
JPMorgan diz que oferta é “demasiada baixa”
O prémio oferecido pelos chineses na OPA à EDP é “demasiado baixo”, afirma o analista Javier Garrido numa nota citada pela Bloomberg. Para o analista, é provável que os acionistas exijam um preço mais elevado para venderem as suas ações.
Apesar de considerar que os chineses têm de oferecer mais, o banco de investimento decidiu aumentar o preço-alvo da EDP. Subiu para 3,26 euros, face aos anteriores 2,95 euros. Ou seja, avalia os títulos ao preço da OPA chinesa.
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