Itália puxa pelos juros. Taxa portuguesa a dez anos em máximos de dois meses
Juros da dívida nacional agravam em sintonia com pares periféricos, condicionados pela perspetiva de um pedido de perdão de dívida de 250 mil milhões ao BCE por parte de coligação partidária italiana.
Os juros da dívida nacional estão sob pressão. A taxa a dez anos segue em máximos de dois meses, em sintonia com o agravamento de juros que se observa em Itália. A subida das yields acontece depois de, nesta quarta-feira, a coligação política italiana que pretende formar Governo ter avançado com a possibilidade de um pedido de perdão de dívida ao BCE de 250 mil milhões de euros.
A taxa de juro das obrigações soberanas nacionais no prazo a dez anos subiu até aos 1,84%, o que corresponde à fasquia mais elevada dos últimos dois meses. Já em Itália, a congénere sobe até aos 2,18%, atingindo um novo máximo de três meses.
O agravamento de juros que se observa nesta quinta-feira, dá seguimento ao observado já na última sessão, dia em que o Huffington Post Italia, que teve acesso a uma versão preliminar do programa de coligação do Movimento 5 Estrelas, anti-sistema, e a Liga, de extrema-direita, dava conta que o documento previa um pedido de perdão de dívida de 250 mil milhões de euros ao BCE.
Juros portugueses a dez anos em máximos de março
Fonte: Reuters
Entretanto, a coligação já terá recuado nessa intenção, mas foi aberta a “Caixa de Pandora” em relação a eventuais pedidos de perdão de dívida semelhantes, não só em Itália como em Portugal, por exemplo.
O agravamento dos juros que se tem observado nos últimos dias acabou por afetar a emissão de dívida que o Tesouro português levou a cabo na quarta-feira. O IGCP conseguiu colocar o montante máximo previsto de 1.750 milhões de euros em bilhetes do Tesouro, mas para tal teve que pagar taxas de juro que apesar de terem sido negativas ficaram acima das conseguidas nas últimas emissões comparáveis.
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