Governo alarga prazo das obrigações de retalho para sete anos. Nova emissão de 500 milhões paga 1%
Vem aí uma nova emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável, um produto de dívida do Estado para as famílias. Novidade: títulos terão maturidade de sete anos. E pagam juro de apenas 1%.
Vem aí uma nova emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), um produto de dívida do Estado dirigido para as famílias portuguesas. Novidade: em vez dos cinco anos de maturidade, o Governo decidiu alargar o prazo destes títulos para sete anos. E só vai pagar 1%, o juro mais baixo de sempre.
O prazo de subscrição destas OTRV arranca já na próxima quarta-feira, dia 4 de julho. Termina duas semanas depois, a 17 de julho, segundo informou esta sexta-feira o IGCP.
Com esta operação, o Estado procura financiar-se 500 milhões de euros junto dos aforradores e investidores particulares, aproveitando o aumento do rendimento de muitos portugueses com o recebimento do subsídio de férias. Mas o montante a levantar com estes títulos poderá ser aumentado por opção do IGCP — entidade que faz a gestão da dívida pública — até ao dia 10 de julho.
Este será o juro mais baixo de todas as emissões já realizadas. Na operação anterior, o IGCP garantiu uma remuneração de 1,1% com OTRV a cinco anos.
OTRV rendem cada vez menos
Fonte: IGCP
A decisão de alargar a maturidade destas obrigações de cinco para sete anos surge depois de em outubro do ano passado o Governo ter anunciado um aumento do prazo dos Certificados do Tesouro Poupança Crescimento também para sete anos. Estes certificados dão um retorno médio de 1,35%, uma remuneração que poderá ser maior em função do crescimento da economia portuguesa.
Importa lembrar que as OTRV comportam encargos com comissões para os investidores, comissões estas que afetam naturalmente a rentabilidade que se pode extrair desta aplicação.
Apesar da quebra na remuneração, as emissões de OTRV sempre despertaram forte interesse por parte das famílias portuguesas, sobretudo devido às taxas mais rentáveis que este produto de poupança oferece face à oferta do mercado. No total, as anteriores emissões permitiram ao Estado arrecadar quase sete mil milhões de euros.
Esta emissão do Estado português acontece ao mesmo tempo que a SAD do Benfica está no mercado para colocar 45 milhões de euros, também recorrendo a obrigações destinadas a investidores de retalho.
Porém, se a República oferece um juro de apenas 1% acrescido de Euribor a 6 meses por estas obrigações com vencimento em 23 de julho de 2025, o clube encarnado paga uma taxa de 4% por títulos que vencem dentro de apenas três anos — o prazo de subscrição do empréstimo do Benfica arranca já na próxima segunda-feira. Mas atenção: o nível de risco do Estado e do Benfica é completamente díspar já que o Estado conta com rating de qualidade em várias agências de notação financeira enquanto a SAD não tem qualquer rating.
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