Teixeira dos Santos contra divulgação dos grandes devedores da CGD

  • ECO
  • 2 Julho 2018

O presidente do EuroBic defende que não existe "razão pública suficientemente forte" que justifique a decisão de divulgação da lista com os grandes devedores do banco público.

Fernando Teixeira dos Santos está contra a divulgação da lista dos grandes devedores da Caixa Geral de Depósitos (CGD). O presidente do EuroBic diz, em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago), não haver “razão pública suficientemente forte” que justifique essa divulgação.

“Acho que não faz sentido algum. Acho que o revelar a relação comercial que existe entre um banco e um cliente, que deve ser uma relação de sigilo, é abrir um precedente que pode minar muito a confiança que qualquer agente pode ter no sistema bancário”, afirma o ex-ministro das Finanças ao jornal, alertando que “hoje está em causa a CGD, amanhã pode ser outro banco qualquer invocando não sei que pretexto”.

Teixeira dos Santos considera que a divulgação da lista de grandes devedores da Caixa, que foi aprovada pela Assembleia da República coloca em causa a “relação de confidencialidade entre banco e o cliente que deve ser preservada”, considerando ainda que não existe “razão pública suficientemente forte que justifique a quebra dessa relação de sigilo”.

O presidente do EuroBic diz ainda que a quem cabe averiguar o que levou às perdas no banco público deve ser o Parlamento e quem deve perceber se foram adotadas boas práticas deve ser o supervisor — “se tirarmos isso do supervisor estamos a dar um sinal muito mau, de que temos um supervisor no qual não podemos confiar”.

Posição contrária relativamente à divulgação da lista de grandes devedores da Caixa é a de Marques Mendes. No habitual comentário de domingo na SIC, Marques Mendes criticou a posição do Banco de Portugal que considerou que esta divulgação quebra vários regulamentos e leis do setor bancário, em parte por violar o princípio do sigilo.

“A posição do Banco de Portugal sobre os devedores da banca é lamentável e censurável”, defendeu Marques Mendes que considerou ainda a atitude do supervisor da banca “corporativa e obsoleta”, lembrando que, há pouco tempo, Horta Osório saiu em defesa dessa divulgação.

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