Metas para reduzir emissões de CO2 ainda são um risco para a “competitividade da indústria” automóvel
As empresas do setor automóvel alertaram que as metas de Bruxelas para reduzir as emissões de CO2 são "menos agressivas" do que as do Parlamento Europeu, mas que acarretam riscos para a indústria.
Os fabricantes de automóveis defenderam esta quarta-feira que os objetivos de redução das emissões poluentes votados na terça-feira pelos países da União Europeia são “menos agressivos” face à votação no Parlamento Europeu, mas continua o risco de impactos negativos.
Em comunicado, o secretário-geral da Associação Europeia de Construtores de Automóveis (ACEA, em inglês), Erik Jonnaert, referiu que, “apesar dos níveis de redução de CO2 [dióxido de carbono] acordados pelos Estados membros ontem (terça-feira) serem menos agressivos do que os votados pelo PE [Parlamento Europeu] na semana passada, ainda constituem um risco de impacto negativo na competitividade da indústria, para os trabalhadores e consumidores”.
Os países da União Europeia (UE) chegaram a acordo para reduzirem em 35% as emissões de CO2 das viaturas novas em 2030, após uma reunião prolongada, realizada no Luxemburgo. Alguns dos participantes, contudo, lamentaram a falta de ambição, pensando no relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o aquecimento global, divulgado recentemente.
Num comunicado divulgado na manhã desta quarta-feira, o responsável da ACEA garantiu que a redução das emissões continua a ser uma das “principais prioridades da indústria automóvel da União Europeia”. “Todos os fabricantes estão ativamente a expandir e a investigar os seus portefólios de carros e carrinhas com energias alternativas, particularmente os elétricos”, referiu Jonnaert.
No mesmo comunicado lê-se que a ACEA classifica como “sinal certo” à indústria e consumidores a proposta da Comissão Europeia e dos países para um sistema que incentive os veículos zero ou de baixas emissões. “Porém, a associação continua preocupada com o sistema de sanções apoiado por membros do PE na semana passada – combinado com as elevadas quotas de vendas – não esteja em linha com a realidade e que interfira no princípio da neutralidade tecnológica”.
A ACEA inclui 15 dos maiores grupos fabricantes na Europa: BMW Group, DAF Trucks, Daimler, Fiat Chrysler Automobiles, Ford of Europe, Honda Motor Europe, Hyundai Motor Europe, Iveco, Jaguar Land Rover, PSA Group, Renault Group, Toyota Motor Europe, Volkswagen Group, Volvo Cars, e Volvo Group.
Na reunião de terça-feira, a presidência austríaca do Conselho da União Europeia obteve o voto favorável de 20 dos 28 Estados-membros para o seu compromisso em que propôs uma descida de 35% das emissões médias das viaturas novas em 2030 e de 30% para os camiões, em relação a 2021.
Este objetivo é mais ambicioso do que o proposto pela Comissão Europeia no final de 2017, que apontava para uma redução média de 30% em 2030, mas está aquém dos 40% aprovados no início de outubro, pelo Parlamento Europeu.
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