Portugal está menos competitivo. “Em bom rigor” o país desceu uma posição no ranking
Aplicando a nova metodologia aos resultados do ano passado, Portugal cai um lugar. Isto porque, caso a metodologia já tivesse sido mudada no ano passado, o país teria ocupado a 33.ª posição.
Portugal está menos competitivo do que no ano anterior. A conclusão é fruto dos resultados do Ranking de Competitividade do Fórum Económico Mundial (FEM), que revelam que o país lusitano ocupa agora o 34.º lugar entre os 140 países em análise.
Ainda que no ano passado Portugal tenha ocupado o 42.º lugar deste ranking, este ano a metodologia utilizada para calculá-lo não foi a mesma usada desde 2006 e até 2017. Tal significa que a aparente subida de oito posições não passa disso mesmo, uma subida entre anos que não podem ser comparados com rigor entre si, uma vez que as regras do jogo mudaram.
Se aplicarmos a metodologia, agora usada, ao ano passado, Portugal estaria na 33.ª posição, o que significa que, tendo em conta os resultados mais recentes — que colocam o país na 34.ª posição — “em bom rigor, descemos uma posição” no Ranking da Competitividade do FEM, explicou Luís Filipe Pereira, presidente do Fórum de Administradores e Gestores de Empresas (FAE), durante a conferência de imprensa na AESE Business School.
A nova metodologia utilizada para calcular o ranking visa, principalmente, valorizar as tecnologias digitais, desde as redes sociais aos drones, uma área que não estava a ser suficientemente tida em conta nos anos anteriores.
Quem está à frente de Portugal?
A liderar o ranking deste ano estão os Estados Unidos, seguidos de Singapura, Alemanha, Suíça e Japão. Se nos cingirmos à Europa, à frente de Portugal estão quase todos os países da Europa Ocidental e atrás estão os países do leste europeu, juntamente com Chipre, Grécia e Malta.
Ainda que, comparando a nova metodologia, a posição de Portugal tenha baixado uma posição, a pontuação revelou uma subida de 4,57 para 4,91.
Enquanto a metodologia anterior tinha 12 pilares, esta nova classificação agrupa-os em quatro grandes grupos: envolvente, capital humano, mercados e sistema de inovação. No primeiro foi agora criado um novo pilar, dedicado à utilização das tecnologias digitais, no qual Portugal ocupa a 37.ª posição, sendo que a média dos 140 países do estudo é 67.
A posição do país neste quatro grandes grupos e em cada um dos pilares, de uma forma geral, anda entre a 33.ª e a 35.ª, valores próximos da média do país. No entanto, há duas exceções: no que diz respeito à dimensão do mercado e à estabilidade macroeconómica, Portugal é significativamente menos competitivo.
Skills e educação ainda são um problema
O mesmo acontece no pilar dos skills e educação, ainda que com menos expressão. Luís Filipe Pereira explica que nesta categoria o país é “penalizado pelos aspetos de escolaridade e, também, pelas competências digitais da população em geral”. Recorde-se que, de acordo com as estatísticas revelados este mês pela Pordata, mais de metade dos empregadores portugueses (54,6%) não frequentaram o ensino secundário ou superior, enquanto a média na União Europeia é 16,6%.
No top 5 das variáveis em que Portugal obteve a pior classificação estão as contratações e despedimentos, os impostos laborais, a eficiência disputas legais, a mobilidade laboral e a complexidade de tarifas. Do lado oposto, no top 5 das componentes em que Portugal obteve a melhor classificação, está a inflação, o terrorismo, a eletrificação, as tarifas alfandegárias e as estradas.
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