Itália responde à Comissão Europeia: “Orçamento foi feito para os italianos, não para Bruxelas”

Itália diz que não recebeu o chumbo com surpresa. Vai responder a Bruxelas no prazo de três semanas, mas reitera que a única forma de reduzir o endividamento é impulsionar o crescimento.

Depois de a Comissão Europeia ter chumbado a proposta do Orçamento italiano, Itália recebeu esse chumbo sem surpresa. “O Orçamento foi feito para os italianos, não para Bruxelas”, disse o vice primeiro-ministro, Luigi Di Maio, acrescentando que vai responder a Bruxelas no prazo estabelecido de três semanas. No entanto, reitera que a única forma de reduzir o endividamento é impulsionando o crescimento, avança a Reuters.

“É o primeiro Orçamento italiano que não agrada à UE. Não me admiro: é o primeiro Orçamento italiano escrito em Roma e não em Bruxelas!“, escreveu Di Maio na sua conta do Twitter.

Mas, o vice primeiro-ministro continuou, no Facebook: “Com os danos que tinham sido causados pelos anteriores, não podíamos, certamente, continuar com as suas políticas. Continuaremos a informar a Comissão Europeia daquilo que queremos fazer com respeito. Mas tem de haver igualmente respeito para com o povo italiano e para com o Governo que o representa“.

Numa publicação anterior, Di Maio afirmou ainda: “Não vamos desistir. Sabemos que estamos a percorrer o caminho certo. E, por isso, não vamos parar”.

Conte garante que não há um “Plano B”

Também Giuseppe Conte adiantou que o Governo não vai aceitar mudanças substanciais no documento, afirmando que não há um “Plano B”. Em entrevista à Bloomberg, o primeiro-ministro italiano sublinhou: “Eu disse que o défice de 2,4% era o máximo. Posso dizer que este será o nosso limite”.

Conte afirmou estar confiante de que o Orçamento do país vai impulsionar o crescimento económico, ao mesmo tempo que vai ajudar Itália a manter as suas contas em ordem a longo prazo. O Orçamento é globalmente “muito prudente”, disse, acrescentando que “há um plano de investimento robusto” que pode impulsionar a economia.

“Estamos prontos para reduzir, talvez, para fazer uma revisão dos gastos, se for necessário”, continuou. Mas, insistiu: o crescimento económico é “o melhor caminho para nos tirar da armadilha da dívida“.

Esta terça-feira, os italianos viram a Comissão Europeia rejeitar, pela pela primeira vez na história dos orçamentos, o Orçamento italiano. “Hoje, pela primeira vez, a Comissão foi obrigada a pedir a um país da zona euro para rever a sua proposta de Orçamento“, disse o vice-presidente da Comissão Europeia, em conferência de imprensa. “Não tivemos outra alternativa senão pedir ao Governo italiano para o fazer. Vamos dar a Itália um máximo de três semanas para fornecer um novo plano de Orçamento para 2019”, acrescentou Valdis Dombrovskis.

(Notícia atualizada às 16h41 com mais informação)

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