Galp recupera 2,4%. Bolsas europeias enfrentam Brexit de cabeça erguida
O sentimento é positivo nas bolsas europeias, com os investidores a não temerem a tensão no Governo britânico depois da demissão de dois ministros. A bolsa portuguesa também sobe, com a ajuda da Galp.
A bolsa nacional abriu em alta, acompanhando a tendência das congéneres europeias. Os índices estão a valorizar, num dia em que os investidores esperam desenvolvimentos positivos nas negociações entre a China e os Estados Unidos que permitam travar a escalada da guerra comercial. Assim, os investidores parecem não temer a forte tensão no Governo britânico, depois da apresentação dos termos do acordo para o Brexit que fez cair dois ministros no executivo de Theresa May. O índice português sobe, suportado em ganhos expressivos da Galp Energia, numa sessão em que só três cotadas negoceiam no vermelho.
Enquanto o Stoxx 600 sobe 0,69%, o português PSI-20 avança 1,15%, para 4.973,27 pontos. O destaque vai para as ações da Galp Energia. A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva recupera das perdas registadas em sessões anteriores e está a subir 2,41%, para 15,075 euros cada título. A subida acontece num contexto em que o preço do petróleo continua a valorizar nos mercados internacionais, face à possibilidade de um corte na produção na ordem dos 1,4 milhões de barris diários pela OPEP. O Brent, referência para as importações nacionais, recupera 1,59%, para 67,68 dólares.
Evolução da cotação do PSI-20
Igualmente no setor da energia, destaque para a EDP, que valoriza 0,49%, para 3,085 euros. Na banca, o BCP também está a contribuir de forma expressiva para os ganhos na bolsa portuguesa, num dia em que os títulos da empresa sobem 0,64%, para 25,16 cêntimos. Na construção, nota positiva para as ações da Mota-Engil: a empresa avança 0,87%, para 1,626 euros, depois de ter anunciado que somou 192 milhões de euros à sua carteira na América Latina. O maior contrato é na Colômbia, no valor de 100 milhões. O volume de novas obras da empresa portuguesa nestes mercados sobe, assim, para 500 milhões de euros.
A travar os ganhos na bolsa estão os títulos da EDP Renováveis, que encaixou esta semana 62 milhões de euros com a venda de uma participação de 13,4% num projeto de energia eólica no Reino Unido. A empresa cai há quatro sessões consecutivas, agora com uma desvalorização de 0,26%, para 7,725 euros cada ação.
Libra recupera da queda
O valor da libra está a recuperar da queda desta quinta-feira, dia em que o Governo de Theresa May sofreu duas baixas de peso, em desacordo com os termos do esboço de acordo entre o Reino Unido e a União Europeia. A libra esterlina avança 0,10% face ao euro, a cotar em 88,56 pence. A bolsa de Londres também sobe, com o FTSE a avançar 0,62%, ligeiramente acima dos 7.080 pontos.
Dominic Raab demitiu-se do cargo de ministro do Brexit, por considerar que os termos propostos no dossiê da Irlanda do Norte representam um risco de desintegração do Reino Unido. Esther McVey, ministra do Trabalho e das Pensões, também apresentou a demissão. Também saíram Suella Braverman, ministra júnior do Brexit; Shailesh Vara, ministro júnior para a Irlanda do Norte; Anne-Marie Trevelyan, equiparável a ministra-adjunta da Educação; e Ranil Jayawardena, equiparável a ministro-adjunto da Justiça.
Theresa May esteve debaixo de fogo em Westminster, tendo enfrentado forte oposição quer do lado dos Trabalhistas, quer do lado do próprio Partido Conservador. Apesar de se ter mostrado “comprometida dia e noite” em desenhar um acordo que satisfaça os cidadãos britânicos, Jeremy Corbyn apelou a que o esboço alcançado seja “rasgado”. Na visão do líder da oposição, a proposta fechada pela primeira-ministra do Reino Unido não tem o apoio nem do próprio executivo, nem do Parlamento, nem dos britânicos.
Investidores esperam desenvolvimentos nas negociações da guerra comercial
Os investidores vão estar atentos esta sexta-feira a eventuais desenvolvimentos nas negociações entre os EUA e a China, com vista a travar a escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Esta quinta-feira, a imprensa internacional noticiou que a China enviou uma carta à Administração Trump, onde se mostrou disponível para avançar com algumas concessões aos EUA. Os mercados estão na expectativa.
Contudo, a Reuters garante que essa expectativa pode transformar-se em frustração. A agência noticiou esta sexta-feira, citando um oficial sénior próximo do Presidente Donald Trump, que é pouco provável que as ofertas do regime liderado por Xi Jinping venham a resultar em desenvolvimentos significativos neste impasse.
(Notícia atualizada pela última vez às 8h57)
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