Banco de Portugal e Ministério Público investigam aumento de capital no banco Montepio

  • ECO
  • 21 Novembro 2018

Em causa estão três empréstimos concedidos pelo banco angolano do Montepio, no valor total de 35 milhões de euros, e que foram usados para financiar o aumento de capital da instituição portuguesa.

A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) financiou parte do seu aumento de capital de 200 milhões de euros, em 2013, através de empréstimos concedidos pelo seu banco em Angola (Finibanco Angola) que foram canalizados para a operação financeira, adianta a RTP (acesso livre).

De acordo com a estação pública, o Finibanco Angola concedeu três empréstimos no valor global de 35 milhões de euros que foram utilizados no aumento de capital, isto a poucos dias do prazo limite para a realização da operação.

Paulo Guilherme, filho de José Guilherme, o construtor que ofereceu 14 milhões de euros a Ricardo Salgado (ex-BES), obteve um empréstimo de 20 milhões de euros. Um segundo financiamento no valor de 12 milhões de euros foi concedido a Eurico Brito, sogro de Paulo Guilherme. Um outro empréstimo de três milhões de euros foi concedido a João Alves Rodrigues e movimentado para a conta da filha Maria João Rodrigues.

Segundo a RTP, estes 35 milhões de euros foram transferidos para a conta da CEMG, então liderada por Tomás Correia, junto do Finibanco Angola, tendo sido usados na subscrição do aumento de capital do banco em Portugal.

Os empréstimos estão a ser investigados pelo Banco de Portugal, que acabou por ordenar a retirada das verbas dos capitais do banco, e pelo Banco Nacional de Angola.

Além de Paulo Guilherme, também o próprio José Guilherme foi financiado em 28,4 milhões de euros pela CEMG entre 2009 e 2014, apenas através de empréstimos a título pessoal, sendo que a quase totalidade destes créditos está saldar, segundo avançou o Público no início deste mês.

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