Certificados de aforro já não são o que eram. Estão a perder dinheiro há 24 meses

O investimento em certificados de aforro caiu em oito milhões de euros, em outubro. Tratou-se do 24.º mês de resgates líquidos. Certificados do Tesouro continuam a alimentar financiamento do Estado.

A sangria dos certificados de aforro continua. Em outubro, voltaram a perder dinheiro, completando-se dois anos em que o valor aplicado no mais antigo produto de poupança do Estado encolhe. Já as aplicações em certificados do Tesouro voltaram a aumentar, suportando o crescimento do investimento em certificados.

Em outubro, as aplicações em certificados de aforro diminuíram em oito milhões de euros, naquele que foi o 24.º mês consecutivo de perda de dinheiro, período em que saíram 1.109 milhões de euros.

No caso dos certificados do Tesouro entraram 117 milhões de euros, valor que mais do que compensou o dinheiro retirado dos certificados de aforro. O saldo é, assim, o de um aumento de 109 milhões de euros no montante aplicado pelos portugueses em certificados em outubro, revela o Banco de Portugal no boletim estatístico mensal divulgado nesta quinta-feira.

Evolução do investimento em certificados

Fonte: Banco de Portugal

O investimento em certificados do Tesouro reforça assim cada vez mais a sua importância como fonte do financiamento captado pelo Estado junto dos aforradores portugueses.

No total, os portugueses dispõem de 28.241 milhões de euros investidos em certificados, um máximo histórico. Os certificados do Tesouro representam já 58% desse valor, o peso mais elevado de sempre, com um total de 16.388 milhões de euros aplicados.

Essa evolução tem sido alimentada pelas entrada de dinheiro nos Certificados do Tesouro de Poupança Crescimento (CTPC), produto que veio substituir os Certificados do Tesouro Poupança Mais há um ano. Passaram a oferecer uma remuneração mais baixa, mas que ainda assim é mais atrativa quando comparada com a generalidade dos produtos de poupança conservadores.

Nomeadamente, os depósitos a prazo, cujas novas aplicações são remuneradas a uma taxa de juro média de 0,15%, segundo os mais recentes dados do Banco de Portugal. Por comparação, os CTPC oferecem uma taxa de juro média de 1,39% ao fim de sete anos de aplicação.

Por comparação com os certificados de aforro, também são mais apelativos. As novas aplicações na mais recente série (E) realizadas em novembro oferecem uma taxa de juro de 0,683%.

Face a essa realidade é fácil de compreender as consecutivas perdas de ativos dos certificados de aforro, que em outubro totalizavam 11.853 milhões de euros, o valor mais baixo dos últimos quatro anos. Seria necessário recuar até outubro de 2014 para ver um valor mais baixo.

(Notícia atualizada às 11h30 com mais informação)

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