Novos contratos de investimento da AICEP já foram quase todos executados

A maior parte dos investimentos, que agora receberam benefícios fiscais, já foram realizados pelas empresas. A TMG Automotive já tem a segunda fábrica a funcionar desde janeiro de 2017.

A AICEP assinou esta semana cinco novos contratos de investimento com as empresas Font Salem, Hanon, Somincor, STE e TMG no montante de 400,5 milhões de euros, quase metade do montante contratualizado por aquela instituição em todo o ano de 2018 (1.000 milhões de euros).

O montante afeto a estes cinco contratos de investimento tem implícita a criação de 315 postos de trabalho, sendo que a maior fatia de empregos foi criada no setor têxtil, mais precisamente com a TMG: 159 postos de trabalho para um investimento de 46 milhões de euros. Já no que se refere ao maior investimento ele foi responsabilidade do setor mineiro: 256 milhões de euros da Somincor. Os investimentos, de resto, já foram na maior parte realizados e as pessoas contratadas.

Fonte oficial da AICEP adianta ao ECO que, “de facto, os investimentos estão todos em execução e alguns estão mesmo em estado muito avançado”.

Quem são, o que fazem, e para onde vai este financiamento destas cinco empresas? O ECO foi tentar saber.

  • TMG Automotive já realizou todo o investimento

A TMG Automotive, liderada por Isabel Furtado, investiu 46 milhões de euros numa nova fábrica para a produção de tecidos plastificados para a indústria automóvel, denominada Automotive 2. O novo investimento permitiu à empresa contratar até ao momento 170 pessoas, mais do que as 159 inicialmente previstas.

Face a esse investimento, a empresa apresentou uma candidatura ao abrigo do regime contratual de benefícios fiscais em dezembro de 2016, tendo-lhe sido atribuído um incentivo fiscal no montante de 5,6 milhões de euros de dedução à coleta de IRC e imposto de selo.

Isabel Furtado, em declarações ao ECO, afirma que “o investimento está todo realizado e a empresa, de resto, já completou o seu primeiro ano de trabalho”. A gestora, que é simultaneamente presidente da Cotec, sublinha que já contratou “mais pessoas do que as inicialmente previstas no projeto” e continua a contratar.

A nova fábrica da TMG Automotive permite responder à procura dos principais clientes — OEMs (BMW/ Mini, Daimler, Volvo, Toyota, Opel, Jaguar, Renault e Ford) e TIERs One (Johnson Controls, Magna Antolin e Faurecia). Para a fábrica implementar “processos inovadores e sustentáveis” de fabrico de têxteis automóveis contraiu também um empréstimo de 25 milhões de euros junto do Banco Europeu de Investimento (BEI).

  • Somincor investe para aumentar produção de zinco

A Somincor, detida pela pelo grupo Lundin Mining, dedica-se à extração de cobre, zinco e chumbo. A empresa que está no top nacional de exportações tem em mãos um projeto de investimento de 256 milhões de euros. O objetivo é aumentar a produção de zinco em todas as áreas que produzem este mineral, designadamente no Corvo, Graça, Neves e Lombador.

Na descrição do investimento, feita pela AICEP, pode ler-se que este projeto será “determinante para a longevidade e rentabilidade da mina de Neves-Corvo.

A vida útil desta mina inclui uma taxa de cobre constante entre as 52 mil toneladas e as 60 mil toneladas por ano, até 2020. Após essa data prevê-se um declínio constante na produção de cobre e um excesso de capacidade do poço de extração. O novo projeto vai permitir duplicar, a três anos, a produção de concentrado de zinco na mina de Neves Corvo.

O novo investimento tem previsto a criação de 38 postos de trabalho.

  • Font Salem quer inovar no setor das bebidas

A Font Salem Portugal, integrada no grupo espanhol Damm, um dos maiores produtores de cerveja em Espanha, apresentou um projeto de investimento de 40,1 milhões de euros para “aumento de capacidade de estabelecimento já existente”. O objetivo é aumentar em 80% a capacidade de produção anual de refrigerantes e cerveja, de dois para 3,6 milhões de hectolitros.

O novo investimento pretende introduzir um processo inovador no setor das bebidas, com as linhas a produzirem diversos produtos em diversos formatos, o que se traduz numa vantagem competitiva no mercado.

A empresa, que resulta da aquisição da unidade industrial da cerveja Cintra e foi constituída em 2010, tem prevista a criação de 51 postos de trabalho.

  • Hanon constrói nova fábrica para a produção de compressores elétricos

A Hanon, empresa localizada em Palmela, atua no setor de componentes para a indústria automóvel, produzindo equipamentos, nomeadamente compressores para sistemas de ar condicionado automóvel e tem em projeto a construção de um nova unidade industrial.

A nova fábrica acarreta um investimento de 48,3 milhões de euros e a criação de 40 postos de trabalho. Vai albergar a produção de um novo tipo de compressores elétricos que visam dar resposta ao novo paradigma de mobilidade automóvel, assente em novas formas de energia. O novo compressor elétrico vai permitir que o habitáculo seja arrefecido mesmo quando o motor está desligado.

A Hanon, pertence ao grupo Hanon Systems, com sede na Coreia do Sul.

  • Grupo francês de componentes para automóveis instala-se em Viana

A STE- Exploração de Plásticos é o primeiro “braço” do grupo francês Steep Plastique em Portugal. Instalada em Viana do Castelo, a empresa que foi constituída em maio de 2017, dedica-se à injeção de peças plásticas, produzindo peças e componentes para a indústria automóvel e componentes.

O investimento tinha como finalidade a criação da nova unidade de produção, contemplando a construção do pavilhão fabril e a instalação de máquinas de injeção.

Os dez milhões de euros projetados para a construção da nova fábrica tem implícita a criação de 27 postos de trabalho.

A multinacional francesa tem presença em França, Eslováquia, Marrocos, Turquia, Portugal e trabalha diretamente para mais de 20 marcas automóveis.

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