Está confortável com o secretário de Estado João Galamba? “Magnificamente”, garante o ministro do Ambiente
"Tenho cinco excelentes secretários de Estado", diz o ministro do Ambiente e rejeita que tenha agora pasta da transição energética por incompatibilidade de Pedro Siza Vieira.
João Matos Fernandes não hesita um segundo quando questionado se está confortável com o novo secretário de Estado da Energia, João Galamba. “Magnificamente”, responde. Em entrevista à SIC Notícias, o ministro do Ambiente garante que a alteração governamental que colocou no Ambiente o dossiê da transição energética, se deve a questão estratégicas e nada tem a ver com as incompatibilidades do novo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.
“Tenho cinco excelentes secretários de Estado. São muitos”, reconhece. “Nunca no Ministério do Ambiente tinha havido tantos, com estilos diferentes. Mas tenho a honra de liderar uma grande equipa”, assegura o responsável. Matos Fernandos já tinha dito que escolheu o antigo deputado João Galamba porque este “completa” o seu saber.
Tenho cinco excelentes secretários de Estado. São muitos. Nunca no Ministério do Ambiente tinha havido tantos, com estilos diferentes. Mas tenho a honra de liderar uma grande equipa.
Matos Fernandes explica que a passagem da pasta da transição energética parta o seu ministério faz todo o sentido já que é no Ambiente que está a política das alterações climáticas. “Para podermos ser neutros em carbono em 2050 faltava-nos uma ferramenta muito importante que era a ferramenta da política energética. Por isso, o meu ministério tem agora todas as componentes necessárias para uma política ambiental devidamente sustentada“, garante Matos Fernandes.
Confrontado com a ideia de que a pasta da transição energética foi para o Ministério do Ambiente, por arrasto, tendo em conta as incompatibilidades do ministro Adjunto que, com a remodelação governamental, passou a assumir a pasta da Economia, que enquanto advogado na Linklaters trabalhava com a China ThreeGorges, o responsável rejeita que possa ser feita essa interpretação dos factos.
“Com muita dificuldade” é que se aceita essa visão, diz Matos Fernandes. “Se quiser, só política muito pequenina é que pode fazer parecer dessa forma”, acrescenta. O responsável justifica que o compromisso de neutralidade carbónica não estava no programa do Governo. E uma vez que “é no setor da energia que mais mudanças têm de ser feitas para, em Portugal, reduzir muito as emissões de CO2, fazia todo o sentido que havendo um rearranjo no Governo que a política energética passasse a ser conduzida por quem tem a responsabilidade pela política climática”, justifica Matos Fernandes.
O ministro do Ambiente deixou ainda uma nota relativamente ao esforço que o setor agrícola vai ter de fazer ajudar a reduzir as emissões de CO2. Matos Fernandes reitera que haverá uma redução de 20% a 30% da produção pecuária, “consoante os cenários”. “Não é nenhuma imposição”, garante o ministro.
Este é um projeto do Governo, que ainda está em discussão pública até à primavera. “Não é um nariz de santo”, diz Matos Fernandes. “Há muitos ajustes a fazer“, frisa. “Não temos nada contra nenhum setor”, garante, “mas todos os setores têm de contribuir”, disse perentoriamente.
Não temos nada contra nenhum setor. Mas todos os setores têm de contribuir.
Matos Fernandes rejeita as afirmações dos agricultores que o acusam de não saber do que fala. “Não há por trás destes números nenhuma vontade política. É o que os trabalhos de base deste roteiro nos dizem: vai mesmo haver uma redução de bovinos em Portugal”.
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