Banco de Inglaterra adverte para perigos globais de “hard Brexit”
O governador do Banco de Inglaterra diz que o Brexit vai ser o primeiro teste à globalização e alerta que o Reino Unido deve evitar o protecionismo.
O governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, avisou esta terça-feira que um “Brexit” sem acordo causará um “choque económico” que pode ter consequências globais, num momento crítico da economia mundial.
Num discurso em Londres, Carney instou o Parlamento britânico a resolver o “impasse” sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o designado “Brexit”, após a rejeição no passado dia 15 de janeiro do acordo apresentado pelo Governo britânico e alcançado em negociações com Bruxelas. “É do interesse de todos, de todas as partes”, que se alcance uma solução, afirmou o governador.
“Uma situação de não-acordo seria um choque económico para este país e enviaria um sinal a nível global sobre a refundação da globalização. Isso seria lamentável”, considerou. Os efeitos de uma separação desordenada da UE iriam juntar-se ao abrandamento da economia chinesa e à guerra comercial entre Pequim e Washington, apontou.
Carney disse que a tensão comercial, o aumento do protecionismo e o “Brexit” são “manifestações de pressões fundamentais para reorganizar a globalização”.
O governador do banco central salientou que o processo do ‘Brexit’ gerou “um alto nível de incerteza” e que “as empresas estão à espera para tomar decisões importantes”, considerando fundamental que se alcance uma saída ordenada da UE.
Na passada quinta-feira, o Banco de Inglaterra reviu em baixa para 1,2% a previsão de crescimento da economia britânica para este ano, o ritmo mais baixo desde 2009. Em novembro, a previsão do banco central antecipava um crescimento de 1,7%. Num documento divulgado no final do ano passado, o banco central advertiu que um ‘Brexit’ sem acordo e sem um período de transição poderia levar a uma descida de 8% do Produto Interno Bruto (PIB), levando o país à recessão.
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