Alta tensão nas bolsas mundiais. Lisboa “emagrece” mais de três mil milhões de euros em oito sessões

O PSI-20 desvalorizou mais de 5% em oito sessões, o que lhe "roubou" mais de três mil milhões de valor de mercado. Galp, Jerónimo Martins e EDP são as cotadas que mais perdem.

A bolsa nacional está sob forte pressão, acompanhando o sentimento negativo das pares europeias que estão a ser fortemente penalizadas pelo crescendo da tensão comercial entre os EUA e a China. O PSI-20 recua mais de 1%, com apenas uma cotada a escapar ao vermelho, na oitava sessão seguida de perdas para o índice. Nesse que é o mais extenso ciclo de quedas desde setembro, o PSI-20 emagreceu mais de três mil milhões de euros, em resultado de uma desvalorização de mais de 5%. Galp, Jerónimo Martins e EDP são as cotadas que mais perdem.

O PSI-20 está a recuar 1,23%, para os 5.136,53 pontos, com a F. Ramada a ser a única cotada que o compõe a escapar às perdas. Cinco registam desvalorizações acima de 2%.

A praça bolsista lisboeta segue o sentimento negativo que marca o rumo das restantes bolsas europeias, mas também das asiáticas, com os investidores a temerem as consequências do crescendo das tensões comerciais no seguimento da guerra aberta de palavras entre os EUA e a China.

O Stoxx 600 recua 0,7%, para mínimos de 29 de março, depois de as ações asiáticas terem terminado a sessão a cair mais de 1% para mínimos de oito semanas.

PSI-20 sob forte pressão

Tal acontece depois de o presidente norte-americano ter dito na quarta-feira que a China “quebrou o acordo” que havia alcançado nas negociações comerciais com os EUA, e prometido não voltar atrás na imposição de novas tarifas sobre as importações chinesas que entram em vigor já nesta sexta-feira. Do outro lado do mundo, a reação da China é a promessa de retaliação caso os EUA subam as taxas sobre os bens do país de 10% para 25%.

Com as duas maiores economias do mundo a retomarem as negociações comerciais de dois dias nesta quinta-feira em Washington, os investidores estão ansiosos para ver se uma trégua de última hora poderia evitar um aumento acentuado das tarifas de 200 mil milhões de dólares em bens chineses.

Galp, Jerónimo Martins e EDP são as mais penalizadas

Toda essa tensão que têm marcado os últimos dias e que se agudizam nesta sessão está a afetar a grande maioria das cotadas lisboetas. Entre as empresas do PSI-20, cinco registam desvalorizações acima de 2%. O BCP é o título que mais pesa no rumo negativo do PSI-20, sofrendo uma desvalorização de 1,73%, para os 24,4 cêntimos, no dia em que apresenta contas do primeiro trimestre. Nos, Mota-Engil e Navigator registam as quedas mais acentuadas do índice: 3,33%, 2,82% e 2,53%, respetivamente.

Mas são outros os títulos que mais têm sido penalizados no acumulado das últimas oito sessões que “roubaram” 3,17 mil milhões de euros ao PSI-20 em resultado de uma queda de mais de 5%.

A Galp Energia e a Jerónimo Martins acabam por acumular as perdas de valor bolsista mais acentuadas nesse período, influenciadas ainda negativamente pela entrada dos seus títulos em ex-dividendo. Mas no acumulado das últimas oito sessões, a petrolífera encolheu 746 milhões de euros em bolsa. Segue-se a retalhista com uma perda acumulada de 578 milhões de euros, sendo o top três encerrado pela EDP. A empresa liderada por António Mexia perder 414 milhões de euros de capitalização bolsista neste ciclo de sessões de euros.

No ranking de variações em termos de valor bolsista, a Ibersol é a única cotada a sobressair pela positiva. Em oito sessões de quedas do PSI-20 viu serem somados 777 mil euros ao seu valor de mercado.

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