Dos 864 milhões emprestados pela banca, Berardo só pagou 2,2 milhões
A divergência de valores consta na ação interposta pela CGD, BCP e Novo Banco apresentada no Juízo de Execução de Lisboa. O empresário terá assim devolvido aos bancos apenas 0,2% do capital em dívida.
A CGD, o BCP e o Novo Banco avançaram para os tribunais com vista a recuperar parte dos créditos concedidos a Joe Berardo, e já é possível saber alguns pormenores daquilo que estão a reivindicar. De acordo com a ação que deu entrada no Juízo de Execução de Lisboa, do total de 864 milhões de euros que a banca lhe emprestou, o empresário madeirense apenas devolveu 2,2 milhões de euros entre 2012 e 2029, avança o Observador (acesso pago) que consultou o documento. Esse valor corresponde a apenas 0,2% da dívida.
De acordo com o jornal online, esse valor terá sido pago a apenas dois dos bancos, com a CGD a não ser contemplada por qualquer euro da quantia emprestada à Fundação José Berardo, a entidade selecionada pelo empresário madeirense para pedir formalmente uma boa parte dos empréstimos em causa. Em 2012, a dívida à CGD era de cerca de 265,9 milhões de euros, nível em que se mantém.
A ação conjunta de execução sumária — no valor de 962 milhões (962.162.180,21 euros, para ser mais concreto) — foi subscrita pela CGD, Novo Banco, ambos constituindo-se como alvo de incumprimento, mas também pelo BCP. No caso deste banco em concreto, a participação na ação acontece não por ter registado incumprimento de Berardo, mas por ter uma cláusula contratual que lhe permitia fazer o mesmo que o Novo Banco e a CGD, se estes denunciassem o incumprimento do empresário.
Só o valor total dos juros de mora ascende a cerca de 123,7 milhões de euros, revela o Observador, enquanto os juros remuneratórios vencidos totalizam cerca de 13,2 milhões.
Os três bancos requerem na sua ação que o tribunal decrete o pagamento de juros de mora de 7,5% desde o 13 de abril de 2019 “até ao efetivo e integral pagamento” dos créditos em incumprimento, refere ainda a ação.
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