Novo Banco arranca ano com prejuízos de 93 milhões

Banco liderado por António Ramalho registou prejuízos de 93 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, isto após as perdas volumosas de 1.400 milhões em 2018. Venda de malparado penalizou contas.

Depois de ter fechado 2018 com prejuízos de 1.412 milhões de euros, o Novo Banco voltou a apresentar perdas no arranque de 2019. O banco liderado por António Ramalho registou um resultado líquido negativo de 93,1 milhões de euros no primeiro trimestre. O ano deverá terminar no vermelho, tendo em conta que se antecipa nova injeção de capital do Fundo de Resolução na instituição ao abrigo do mecanismo de capital contingente.

As perdas estão “em linha com o plano estratégico e com os compromissos assumidos com as autoridades europeias”, refere o banco no comunicado de apresentação das contas enviado esta sexta-feira ao mercado.

Tal como fez em relação ao exercício do ano passado, Novo Banco volta a separar as águas entre aquilo que é o negócio bom (Novo Banco Recorrente) e o mau (Novo Banco Legado). Ou seja, apresenta novamente duas contas para permitir que clientes e outros stakeholders tenham uma melhor compreensão sobre o processo de reestruturação em curso.

No que diz respeito ao banco recorrente, foi apurado um lucro antes de imposto de 85,4 milhões de euros, “valor que evidencia uma recuperação face ao apresentado para todo o ano de 2018 (2,2 milhões de euros)”, diz a entidade.

Nesta parte boa, a instituição financeira detida pelo Lone Star (75%) e Fundo de Resolução (25%) destaca ainda o aumento do produto bancário comercial em 14% e que foi suportado pela evolução da margem financeira que cresceu 33,4%, “reflexo das medidas de otimização concretizadas durante o exercício de 2018, nomeadamente as relacionadas com a redução dos custos dos recursos”, leia-se, depósitos.

Já o banco legado (que inclui créditos problemáticos e outros ativos que não geram rendimento herdados do BES) observou um prejuízo antes de imposto de 142 milhões de euros, com o resultado a ser “condicionado pelas provisões para reestruturação e para o projeto de venda de ativos não produtivos em Espanha (projeto Albatroz)“. Adianta que só nos três primeiros meses do ano reduziu o crédito não produtivo em 308 milhões de euros.

Em curso está ainda a venda de duas outras carteiras de grande dimensão: o “Projeto Nata II”, no valor de 3,5 mil milhões de euros e que inclui grande créditos mediáticos em incumprimento como os de José Veiga, Nuno Vasconcellos (Ongoing) ou Joaquim Oliveira (Olivedesportos), tal como avançou o ECO em primeira mão; e o “Projeto Sertórius”, no valor de 500 milhões e que é composto por 200 ativos imobiliários.

Combinando o banco legado e o banco mau, o Novo Banco aumentou a margem financeira durante o primeiro trimestre para os 124 milhões de euros, mas o produto bancário (que inclui comissões e outros resultados financeiros) decresceu para 187 milhões.

No balanço, registou uma estabilização no stock de crédito a clientes, cuja carteira ascendia a 24,76 mil milhões de euros. Os recursos de clientes (depósitos) registaram uma quebra 2% para os 28,1 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada às 17h53)

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