Gigantes internacionais pedem 2.500 milhões de euros ao falido BES. Banca nacional exige 370 milhões

Pimco, BlackRock, Goldman Sachs e JPMorgan de um lado. Novo Banco, Fidelidade e BIC do outro. Há credores para todos os gostos no BES.

Grandes fundos de investimento como a Pimco ou a BlackRock e bancos globais como o Goldman Sachs, JPMorgan Chase e o Credit Suisse estão entre os gigantes internacionais que exigem dinheiro ao BES. Quanto? Mais de 2,5 mil milhões de euros, metade do valor reconhecido pela comissão liquidatária do banco falido. Por cá, também há instituições nacionais a reclamar dinheiro: o Novo Banco (que nasceu da resolução do BES) pede 270 milhões de euros. Outro exemplo: a seguradora Fidelidade quer de volta 55,6 milhões de euros.

São nomes que constam na lista de credores reconhecidos pela comissão liquidatária do BES, o banco que foi alvo de uma medida de resolução no dia 3 de agosto de 2014.

A lista foi entregue na sexta-feira passada no Tribunal do Comércio de Lisboa. Foram reconhecidos cerca de 5.000 credores do BES, que querem reaver aproximadamente cinco mil milhões de euros do banco falido há cinco anos. São na sua grande maioria pequenos clientes, mas também há “tubarões” no meio deles, que vêm sobretudo de lá de fora.

É o caso da BlackRock, CQS e Pimco, grandes fundos de investimento internacionais que nos últimos anos fizeram boicote (ou ameaçaram, pelo menos) a Portugal, em protesto contra a decisão do Banco de Portugal de transferir do Novo Banco para o BES mau uma série de obrigações no final de 2015. Na BlackRock, são 16 fundos por si geridos que foram reconhecidos agora como credores de 135 milhões de euros do banco falido. Já a Pimco tem mais de 40 fundos expostos ao BES e cujo reconhecimento como credores deixa este fundo mais perto de reaver 500 milhões de euros. Já a CQS pretende reaver quase 100 milhões.

Também há grandes bancos internacionais entre os credores reconhecidos. BBVA, Bradesco, Santander, Julius Baer, Bankia, Bankinter, Barclays, Caixabank (dono do BPI) ou BNP Paribas reclamam montantes pouco significativos quando comparados com o que a outras instituições como o Credit Suisse (38 milhões de euros), JPMorgan (64 milhões) ou Goldman Sachs (300 milhões) exigem. Outro importante credor: o banco de investimento BTG que exige 213 milhões.

Ao todo, os gigantes internacionais exigem ao BES mais de 2,5 mil milhões de euros, aproximadamente metade do montante que foi reclamado ao banco e validado agora pela comissão liquidatária.

Montepio pede 700 mil euros e o Carregosa exige sete milhões

Por cá, encabeça a lista de maiores credores o Novo Banco, cuja origem remonta ao último dia do BES. O banco liderado por António Ramalho exige 277 milhões de euros: 233 milhões de euros de capital e 44 milhões de euros em juros. Isto sem contar com os vários fundos (são sete) que também foram reconhecidos como credores de quase 10 milhões de euros do BES.

Seguem-se outros bancos, mas cujas “faturas” são menos pesadas para o banco. O BIC, liderado por Teixeira dos Santos, quer reaver cerca de 23 milhões de euros — uma parte é exigida através dos fundos de investimento que gere e também estão na lista de credores reconhecidos. O Banco Carregosa exige a reposição de sete milhões de euros e a Caixa Económica Montepio Geral (hoje Banco Montepio) também surge como credor de 711 mil euros.

Por sua vez, a seguradora Fidelidade reclama 55 milhões de euros. E, contas feitas, as reclamações destas entidades ascendem aos 370 milhões de euros.

De fora desta contagem estão várias entidades associadas ao universo Espírito Santo, como por exemplo, o BES Finance (250 milhões de euros), a Espírito Santo Financiere (37 milhões) ou o panamiano ES Bank (17 milhões). E ainda as massas insolventes: Espirito Santo Financial (Portugal), Espirito Santo Financial Group, Espirito Santo International e Rio Forte Investments.

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