Fitch estima que crescimento da economia portuguesa abrande em 2019 e 2020
A agência de notação financeira vê a economia portuguesa a crescer este ano e no próximo mas a um ritmo mais brando. Ventos desfavoráveis do exterior penalizam PIB.
A agência de notação financeira Fitch estimou esta terça-feira que o crescimento da economia portuguesa abrande neste e no próximo ano, com os “ventos contrários” da conjuntura externa a pesar na perspetiva do PIB.
Depois de ter crescido 2,1% em 2018, a Fitch antecipa que o Produto Interno Bruto (PIB) português aumente 1,7% este ano e 1,5% no próximo.
“Estimamos que o abrandamento continue em 2019 e 2020”, afirma a Fitch numa nota enviada esta terça-feira, depois de em maio ter melhorado a perspetiva do ‘rating’ atribuído a Portugal.
“A procura doméstica vai conduzir o crescimento, apesar das perspetivas de que o contributo negativo das exportações líquidas se intensifique”, acrescenta a Fitch, sinalizando que “com as exportações portuguesas a representar cerca de 44% do PIB, o setor enfrenta ventos crescentes de incerteza externa”.
O risco de crescimento da zona euro inferior ao previsto e a intensificação da guerra comercial são fatores conjunturais que, segundo a agência de notação, elevam o risco de incerteza em relação à conjuntura externa.
No final de maio, a Fitch melhorou a perspetiva do ‘rating’ de Portugal de estável para positiva, o que significa que pode subir a nota, que manteve em ‘BBB’, na próxima avaliação de novembro.
A Fitch salientou, na ocasião, que os excedentes primários sustentados, que refletem a consolidação orçamental, têm contribuído para a redução do rácio da dívida pública, de um máximo de 130,6% do PIB em 2014 para 121,5% no final de 2018.
A Fitch também destacou igualmente a descida do défice orçamental para 0,5% do PIB em 2018, face aos 3% registados em 2017, salientando que esta evolução se deveu, sobretudo, a um “forte crescimento da receita”, menores despesas com juros, despesas de capital abaixo do previsto e ausência de custos extraordinários relacionados com a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, registados em 2017, equivalentes a 2% do PIB.
Atualmente, as norte-americanas Fitch e Standard & Poor’s, e a canadiana DBRS atribuem uma nota de ‘BBB’ ao ‘rating’ de Portugal, o segundo nível da categoria de investimento. A Moody’s atribui uma nota de ‘Baa3’.
Este ano, antes da Fitch, a DBRS também melhorou a perspetiva do ‘rating’ de Portugal de estável para positiva, em 5 de abril, o que significa que pode subir o ‘rating’, que manteve em ‘BBB’, numa próxima avaliação.
De acordo com o calendário da atualização dos ‘ratings’ previsto para 2019, a próxima agência a pronunciar-se sobre a situação económica e financeira do país é a Moody’s, em 9 de agosto, enquanto a S&P poderá voltar a olhar para Portugal em 13 de setembro e a DBRS em 04 de outubro.
A Fitch fará nova revisão sobre o país em 22 de novembro.
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