Endividamento da economia aumenta para novo recorde de 727 mil milhões de euros

O Banco de Portugal revelou esta quarta-feira dados sobre o endividamento total da economia. Setor privado explica maior parte da dívida, mas foi o setor público que provocou a subida face a março.

A economia portuguesa atingiu um endividamento de 727 mil milhões de euros em abril, revelou o Banco de Portugal esta quarta-feira. Trata-se da quarta subida consecutiva e coloca o endividamento num nível recorde.

No final do primeiro trimestre do ano, o endividamento do setor financeiro fixou-se em 724,4 mil milhões de euros, o equivalente a 356,8% do PIB.

O endividamento total registado em abril coloca este indicador num valor máximo. O último recorde tinha sido registado há um ano, em abril de 2018, quando a dívida total tinha chegado a 725,5 mil milhões de euros.

Este indicador inclui o endividamento das empresas do setor público, privado e dos particulares. De fora deste indicador calculado pelo Banco de Portugal fica a dívida das instituições financeiras. Estes valores não estão consolidados entre setores, daí apresentarem valores tão elevados, porque não descontam as dívidas entre os setores.

O setor privado é responsável pela maior fatia do endividamento da economia, com uma fatia equivalente a 55% do total de dívida que a economia portuguesa acumula. Os dados do banco central revelam que no mês de abril ao setor privado está atribuído um endividamento de 400,9 mil milhões de euros, ao passo que ao público cabe uma dívida de 326,1 mil milhões de euros.

Evolução do endividamento

Fonte: Banco de Portugal; valores em mil milhões de euros

Setor público explica aumento do endividamento face a março

No entanto, o setor público foi o responsável pelo aumento do endividamento em abril face ao mês anterior. “Relativamente a março de 2019, o endividamento do setor não financeiro aumentou 2,6 mil milhões de euros. Este aumento resultou do incremento de 2,8 mil milhões de euros no endividamento do setor público, que foi parcialmente compensado pela redução de 200 milhões de euros no endividamento do setor privado”, indica o banco central.

O Banco de Portugal indica que “a subida do endividamento do setor público refletiu-se, sobretudo, no aumento do endividamento face ao setor não residente, ao setor financeiro e às próprias Administrações Públicas”. O endividamento das Administrações Públicas passou de 316,3 mil milhões de euros para 319,1 mil milhões de euros, sendo esta a componente que explica o acréscimo no endividamento público. As empresas públicas, quer as que estão incluídas nas Administrações Públicas, quer as que estão fora, registaram uma redução do endividamento.

No setor privado, tanto as famílias como as empresas apresentaram reduções do endividamento.

(Notícia atualizada)

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