Gastos com saúde em 2018 tiveram o maior aumento numa década

A despesa com saúde cresceu 5,1% em 2018 face ao ano anterior, revela o INE. Desde 2008 que não havia uma subida tão elevada.

As despesas em saúde cresceram 5,1% entre 2017 e 2018, de acordo com dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados esta quinta-feira. Este é o aumento mais alto desde 2008. O Estado financiou cerca de dois terços desta despesa no ano passado, em linha com os anos anteriores.

Os números constam da Conta Satélite do INE, uma publicação que junta um conjunto de informação sobre os gastos em saúde. A despesa corrente em saúde integra a despesa de consumo final das unidades residentes em bens e serviços de saúde, mas exclui as exportações e inclui as importações de bens e serviços de saúde prestados a unidades residentes fora do território económico.

Em 2018, a despesa corrente deverá então chegar aos 18.345,1 milhões de euros, um aumento de 5,1%, sendo preciso recuar a 2008 para encontrar um crescimento na despesa mais alto. Os gastos previstos para o ano passado com saúde atingem 9,1% do PIB. Este valor é equivalente a 1.784,8 euros per capita. Ao contrário do que tem acontecido desde 2010, as estimativas do INE apontam para que este aumento seja superior à variação nominal do PIB.

Evolução da despesa corrente em saúde

Fonte: INE

Desta despesa, a fatia correspondente à parte pública cresceu 5,3%, no entanto, o peso do Estado não sofreu uma alteração significativa: continua em torno dos 66%. A despesa privada subiu também, mantendo a tendência já sentida em 2017. O peso do privado manteve-se em 33,7% em 2018 face a 2017. Segundo o INE, os valores preliminares para 2018 apontam para que a despesa do setor privado tenha atingido 4,6% do total de despesa corrente, o que compara com 3,6% do ano anterior.

As sociedades de seguros foram dos agentes que mais contribuíram para o aumento desta despesa em 2017, tendo subido 13,7%.

O INE prevê uma “uma continuação do aumento do financiamento dos principais agentes financiadores públicos e privados” em 2018, com uma exceção. Os subsistemas de saúde públicos deverão contrariar a tendência, com uma redução de 0,1% do financiamento da despesa.

Dentro do setor privado, a despesa das famílias abrandou em 2017, para 2,6%, tendo-se verificado um decréscimo na despesa em hospitais públicos e aumento em hospitais privados. Para 2018 as previsões indicam que o financiamento das famílias vai crescer 4,4%, voltando a acelerar. No entanto, o peso da despesa feita pelas famílias prevista para 2018 deverá ter recuado mostram os números preliminares que apontam para um peso igual a 27,5% contra os 27,8% verificados em 2017.

Quando se olha para os restantes países da União Europeia, Portugal situa-se no topo da tabela da despesa. Ocupa a décima posição no ranking, no que diz respeito ao peso relativo da despesa corrente no PIB, 0,6 pontos percentuais acima da média europeia. Por outro lado, a relação da despesa com o PIB per capita já faz o país cair na tabela.

(Notícia atualizada às 12h41 com mais informação)

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