“Aproveitem este momento para negociar. Não podemos viver permanentemente em serviços mínimos”, diz António Costa

O primeiro-ministro apelou, esta segunda-feira, a que os motoristas de matérias perigosas e os patrões aproveitem este momento para negociar. "Não podemos viver permanentemente em serviços mínimos".

O primeiro-ministro apelou, esta segunda-feira, a que os motoristas de matérias perigosas e os patrões “aproveitem este momento para negociar” e, assim, chegar ao acordo que poria termo à paralisação, que arrancou esta segunda-feira. “Não podemos viver permanentemente em serviços mínimos, sublinhou António Costa, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP 3. O líder do Executivo rejeitou ainda e por agora o recurso à requisição civil.

À saída de uma reunião na sede da Proteção Civil, o primeiro-ministro garantiu, esta manhã, que os serviços mínimos estão a ser cumpridos e adiantou que, portanto, não foi necessário até então recorrer à figura da requisição civil. “Está tudo a decorrer com naturalidade”, confirmou o governante.

António Costa salientou, além disso, que espera que as partes envolvidas neste confronto — os sindicatos independentes e os patrões — aproveitem este momento para negociar, já que “quanto mais depressa este conflito fot ultrapassado, melhor”.

Ainda assim, o líder do Executivo assegurou que as instituições estão preparadas “para o que der e vier”, estando elementos das Forças Armadas preparados para conduzir os veículos de matérias perigosas, caso os tais serviços mínimos (que variam entre 50% e 100%) não sejam cumpridos. Esta manhã, o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) apelou mesmo a esse incumprimento.

“O nosso desejo é não termos de fazer mais nada do que aquilo que já foi feito”, rematou o primeiro-ministro, reconhecendo que a greve produz efeitos, mesmo face aos serviços mínimos. Esta é a segunda greve dos motoristas de matérias perigosas no espaço de quatro meses. Em abril, a paralisação tinha como foco principal a valorização salarial no próximo ano, mas desta vez a luta decorrer já pelos aumentos de 2021 e 2022.

À semelhança do que aconteceu em abril, esta greve ameaça deixar muitos postos sem combustíveis, tendo o Governo imposto limites ao abastecimento dos veículos não prioritários. Na Rede de Emergência de Postos de Abastecimento, as viaturas ligeiras só podem ser abastecidas com 15 litros. Fora dessa rede, o máximo é de 25 litros.

Trabalhadores “escoltados” para cumprir serviços mínimos

Em declarações aos jornalistas transmitidas pela SIC Notícias, o vice-presidente do SNMMP salientou que os serviços mínimos estão “mais do que assegurados”, porque os trabalhadores que não considerem cumprir essa orientação estão a ser escoltados pelas forças de segurança. Pardal Henriques apelou ao primeiro-ministro que termine “esta escolta”.

“Existem pessoas que não estavam escaladas para os serviços mínimos, que estão a ser enganadas”, acrescentou sindicalista, referindo que os patrões estão a “persuadir” os motoristas a trabalhar, mesmo nos casos em que este “querem exercer o direito à greve e não estão escalados” para esse dever. Em causa estão, diz o representante, tentativas de “suborno”.

Por isso, Pardal Henriques diz ter pedido uma reunião “com extrema urgência” à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho.

Esta manhã, o sindicalista já tinha apelado aos motoristas para que não cumprissem os serviços mínimos, tendo pedido que os camiões que já estão na estrada que regressem à base. Esta atitude foi tomada apesar de os sindicatos independentes terem garantido o cumprimento dos serviços mínimos.

(Notícia atualizada às 11h08)

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