Golas anti-fumo levam a buscas no MAI e Proteção Civil
Estão a ser realizadas buscas em oito habitações e 46 locais, incluindo o Ministério da Administração Interna e a sede da Proteção Civil no âmbito do caso da compra das golas anti-fumo.
A Polícia Judiciária está a realizar buscas no Ministério da Administração Interna (MAI), na sede da Autoridade Nacional de Emergência da Proteção Civil (ANPC) e em outros locais, no âmbito do caso da compra das golas anti-fumo para as populações da iniciativa Aldeia Segura. Os crimes em causa são de participação económica em negócio e desvio de subsídio, avançou a TVI (acesso livre).
A buscas, que envolveram 200 elementos da PJ, Autoridade Tributária e Aduaneira e sete elementos do Núcleo de Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral da República, foram adiadas devido às “condições atmosféricas” nas zonas em risco de incêndio, revela o Ministério Público (MP), em comunicado.
Estão em causa oito buscas domiciliárias e 46 não domiciliarias. “Atendendo a que em alguns destes locais se desenvolvem atividades operacionais, com vista a minimizar efeitos de acidentes graves ou catástrofes, designadamente relacionados com incêndios, a concretização das diligências de aquisição de prova foi precedida de uma criteriosa análise da situação climática”, explica o MP.
O Ministério Público acrescenta ainda que “as condições atmosféricas já haviam anteriormente ditado um adiamento das diligências”. Tendo em conta estas condicionantes, o MP avaliou, no terreno, a viabilidade da “realização de alguma das buscas determinadas, no caso de comprometerem concretas ações de salvamento de vidas ou património em curso ou a desencadear”.
A Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária está responsável pelas buscas, tendo em conta a investigação em curso no Departamento Central de Investigação e Ação Penal. A empresa Foxtrot, bem como ao dono desta, que forneceu o equipamento ao Estado estão incluídos nas buscas. São ainda visados altos decisores políticos que viabilizaram o negócio.
O MAI já confirmou oficialmente a “realização de diligências do Ministério Público e da Polícia Judiciária nas instalações do MAI e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil”, em comunicado enviado às redações. “Está a ser prestada toda a colaboração na realização das referidas diligências”, conclui.
Comandos Distritais de Operações de Socorro, bem como o gabinete do secretário de Estado da Proteção Civil , José Artur Neves, foram também alvo nestas buscas segundo adiantou a Sábado (acesso livre). Adjuntos e assessores do secretário de Estado serão também visados.
Francisco Ferreira, que se demitiu do cargo de adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil em julho, estará também incluído. A demissão chegou depois de ser conhecido que foi Francisco Ferreira, também presidente da concelhia do PS em Arouca, quem recomendou as empresas para a compra das 70 mil golas inflamáveis e dos 15 mil kits de emergência entregues a povoações.
(Notícia atualizada às 13h20)
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