BCP cai 5%. Ciclo negativo tira 400 milhões ao valor do banco em bolsa
Ações do banco voltaram a ser das mais penalizadas em Lisboa, caindo mais de 5% num dia de perdas também para o setor financeiro europeu. Bolsas fecharam em terreno negativo.
O BCP somou quarta sessão de quedas e o ciclo negativo já retirou cerca de 400 milhões de euros ao seu valor em bolsa. O banco voltou a ser o mais penalizado no PSI-20 na sessão desta quarta-feira, fechando a cair mais de 5%.
De resto, foi um dia bastante negativo para os principais índices bolsistas na Europa, com o pedido de destituição do Presidente dos EUA na ordem do dia. A Casa Branca já divulgou notas de uma conversa com presidente ucraniano que mostram Donald Trump pediu que Joe Biden fosse investigado. O Stoxx 600 caiu 0,67% e as perdas nas praças de Frankfurt, Paris e Milão situaram-se entre 0,5% e 0,8%.
Por cá, o PSI-20, o principal índice português caiu 1,62% para 4.875,44 pontos, com quase todas as cotadas nacionais em queda — apenas a F. Ramada e a Ibersol escaparam à pressão vendedora e encerraram em alta.
Destaque, todavia, para o BCP, que teve o pior registo: as ações do banco cederam 5,5% para 0,1771 euros. Desde a passada sexta-feira, o banco já acumula uma variação negativa de 13,3%, o equivalente a 400 milhões de euros da sua capitalização bolsista. A preços de mercado, está agora a cotar nos 2,6 mil milhões de euros.
Esta quarta-feira o ECO reproduziu uma conversa que teve com o CEO Miguel Maya na passada quinta-feira, à margem da cerimónia IRGAwards, uma iniciativa da Deloitte. Questionado sobre o desempenho do banco ao longo do ano, Maya respondeu que o BCP tem “uma capacidade para reagir à adversidade verdadeiramente notável”, tendo afirmado depois que o ano está a ser “mais difícil” do que o esperado. Já na apresentação dos resultados semestrais o líder do BCP tinha alertado para o final de ano desafiante no banco, em virtude das perspetivas de evolução das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE), que está penalizar todo setor financeiro europeu.
Por outro lado, sobre a multa de 60 milhões aplicada pela Autoridade da Concorrência devido a práticas restritivas da concorrência no mercado de crédito, Miguel Maya disse ao ECO que se trata de uma decisão injusta e desproporcionada, razão pela qual o banco vai recorrer.
Por comparação, o índice Stoxx 600 Banks, que inclui os principais bancos europeus, fechou o dia a cair 0,22% para 129,74 pontos, perdendo terreno pela terceira sessão.
Ainda por Lisboa, a Jerónimo Martins também teve um mau desempenho. A retalhista dona do Pingo Doce viu as ações cederem 2,44% para 15,39 euros, isto depois da notícia de que a Autoridade da Concorrência polaca está a investigar a empresa por suspeitas de práticas comerciais desleais.
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