Thomas Cook é “pedra no sapato” na estratégia de expansão da Fosun

  • ECO
  • 26 Setembro 2019

Quando resgatou a Thomas Cook em 2015, a Fosun, dona da Fidelidade e maior acionista do BCE, apostava na recuperação da economia e no boom do turismo chinês. Realidade é bem diferente.

O colapso da Thomas Cook representa um revés na estratégia de expansão da Fosun por via de aquisições. Em 2015, o conglomerado chinês aceitou resgatar a agência, apostando num boom da economia mundial e no aumento do fluxo turístico a partir da China. O plano seguiu a contraciclo com a realidade.

Três anos depois da operação, não só existem agora receios de uma recessão global como a guerra comercial sino-americana tem penalizado o consumo chinês e deteriorado o mercado laboral. Além disso, a desvalorização da divisa chinesa está a impactar negativamente o turismo chinês, como nota a Bloomberg (acesso condicionado).

Esta análise terá contribuído para a decisão da Fosun de não injetar mais capital na mais antiga companhia de viagens do mundo. Depois de um pacote de resgate de 1.100 milhões de dólares do grupo chinês dono da Fidelidade e maior acionista do BCP, os credores vieram exigir mais 249 milhões, deixando a administração sem alternativa senão a da liquidação.

A Thomas Cook não foi o único investimento da Fosun no turismo chinês. Em 2015, a empresa também comprou a icónica marca francesa de resorts Club Med, esperando replicar o modelo seguido pela agência britânica. No caso da Thomas Cook, o atraso na digitalização do negócio também se mostrou fatal e alguns analistas referem agora que a decisão da Fosun de comprar a companhia britânica será sempre uma nódoa no portefólio do grupo.

E pode não ser a única. Segundo a Bloomberg, a Fosun vê-se a braços com problemas num outro negócio europeu, desta vez na Grécia. A retalhista Folli Follie atravessa uma crise depois de um hedge fund ter contestado os resultados de vendas apresentados pela administração e avançado para a venda a descoberto dos títulos da empresa, uma operação conhecida por short selling, na qual o investidor aposta na queda de valor de uma empresa cotada.

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