Famílias reforçam confiança há seis meses. Empresários estão mais pessimistas
O indicador de confiança dos consumidores voltou a melhorar em setembro. Mas do lado da oferta o pessimismo cresceu, revelam dados do INE.
As famílias revelaram-se mais otimistas em setembro, naquele que foi o sexto mês seguido em que o indicador de confiança dos consumidores aumentou. Mas se do lado da procura, as expectativas são positivas, do lado da oferta, os empresários aumentaram no mesmo mês os seus receios sobre a evolução da atividade, mostram os Inquéritos de Conjuntura publicados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que colocam Portugal em linha com a Zona Euro.
“O indicador de confiança dos consumidores aumentou nos últimos seis meses, contrariando o movimento descendente observado desde junho de 2018”, diz o INE, acrescentando que “a evolução do indicador de confiança dos consumidores resultou do contributo positivo de todas as componentes, perspetivas relativas à realização de compras importantes e à situação económica do país, e opiniões e expectativas sobre a evolução futura da situação financeira do agregado familiar, em particular no primeiro caso”.
As famílias parecem assim indiferentes ao corte de previsões de crescimento avançado pelas instituições internacionais para a economia mundial, bem como aos avisos feitos por responsáveis pela política monetária como Mario Draghi e Jerome Powell que alteraram a condução da política monetária, dando mais estímulos aos blocos económicos europeu e norte-americano como forma de tentar combater o abrandamento económico.
Mas se do lado de quem quem compra — o lado da procura — a confiança saiu reforçada, do lado de quem vende — o lado da oferta — os sinais já não são tão animadores. “O indicador de clima económico diminuiu em setembro após ter estabilizado no mês anterior. Em setembro, os indicadores de confiança diminuíram na Indústria Transformadora, na Construção e Obras Públicas e nos Serviços, tendo aumentado no Comércio”, diz o INE.
O INE explica que no caso da indústria transformadora foi o “contributo negativo do saldo das apreciações sobre a procura global e sobre a evolução de stocks“que determinou a alteração do indicador de confiança neste setor.
Já no caso da construção, foram as perspetivas sobre o emprego que ditaram a queda na confiança. No setor dos serviços, o recuo na confiança resultou do “contributo negativo de todas as componentes, opiniões e perspetivas sobre a evolução da carteira de encomendas e apreciações sobre a atividade da empresa”.
O setor do comércio foi uma exceção nesta matéria, tendo visto o indicador de confiança a melhorar “ligeiramente” devido ao “contributo positivo do saldo das perspetivas de atividade e das apreciações sobre o volume de stocks“.
Portugal em linha com a Zona Euro
Os dados publicados também esta sexta-feira pela Comissão Europeia mostram que no conjunto da Zona Euro o Indicador de Sentimento Económico – que mede a confiança de todos os agentes económicos quer estejam do lado da oferta quer estejam do lado da procura – recuou em setembro. A melhoria da confiança dos particulares não foi suficiente para compensar a degradação da confiança dos empresários.
A Comissão considera que a redução do Indicador de Sentimento Económico no bloco do euro aconteceu de forma “marcada” e destaca a queda “acentuada” na indústria. Os recuos do indicador de Sentimento Económico foram mais marcados na Holanda, Espanha e Alemanha.
(Notícia atualizada)
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