Com o partido em rebelião, Boris Johnson poderá estar mais próximo de um acordo com Bruxelas

  • ECO
  • 9 Outubro 2019

Cinco ministros ameaçaram abandonar o Governo britânico devido ao impasse do Brexit. No entanto, a UE estará disposta a fazer cedências sobre a Irlanda do Norte, o que poderá desbloquear o processo.

O primeiro-ministro Boris Johnson está a enfrentar uma rebelião interna no partido devido às perspetivas de um Brexit sem acordo, segundo noticia o The Times (acesso condicionado e conteúdo em inglês). As preocupações em Downing Street estão a aumentar e há ameaças de novos despedimentos, mas o problema poderá ser afetado. O mesmo jornal britânico avança que a União Europeia poderá estar a preparar uma cedência chave para que as duas partes cheguem a acordo.

Um grupo de cinco ministros — Nicky Morgan, Julian Smith, Robert Buckland, Matt Hancock e Geoffrey Cox — ameaçou abandonar o Governo britânico, após uma reunião em que alertaram para o “grave” risco associado à proposta sobre a Irlanda do Norte, que é o grande entrave para um acordo do Brexit.

O governo britânico propôs na semana passada a criação de uma zona regulatória comum entre a Irlanda do Norte e a vizinha Irlanda para facilitar a circulação de bens agroalimentares e industriais. O plano pressupõe que a Irlanda do Norte sai da união aduaneira europeia e fica a fazer parte de uma união aduaneira britânica quando o Reino Unido sair da UE, após o período de transição, no final de 2020.

O alinhamento com as regras do mercado comum na Irlanda do Norte teria de ser autorizado pelas autoridades autónomas da província britânica a cada quatro anos. A UE manifestou reservas sobre as propostas e pediu mais detalhes. No entanto, o The Times avança agora que Bruxelas poderá estar disposta a fazer cedências neste tema, permitindo um mecanismo com o qual a Irlanda do Norte possa sair deste backstop após um número determinado de anos.

Fontes diplomáticas disseram ao jornal que as autoridades europeias estão preparadas para conceder a revogação unilateral do acordo de saída após um período de tempo. A data de 2025 terá sido estudada, mas ainda não está fechada. A União Europeia terá negado esta possibilidade, segundo a Reuters, pois as diferenças entre as duas posições são demasiado grandes.

Nos últimos dias, o primeiro-ministro britânico tem estado em contacto telefónico com vários líderes europeus, incluindo o homólogo português, António Costa, para tentar persuadir Bruxelas a reatar negociações. Falou também com o homólogo finlandês, Antti Rinne, e com o presidente francês, Emmanuel Macron.

Na conversa com a chanceler alemã, Angela Merkel, esta terça-feira de manhã, Boris Johnson terá dito que o acordo para o Brexit é “praticamente impossível”. O primeiro-ministro britânico terá dito a Merkel que, caso a União Europeia continue a exigir que a Irlanda do Norte se mantenha na união aduaneira do bloco comunitário, então não será possível chegar a acordo.

(Notícia atualizada às 11h50)

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