Boris Johnson ameaça retirar votação do Brexit e convocar eleições antecipadas
Se o Parlamento não aprovar três dias para votar passagem à lei do acordo do Brexit, Boris Johnson retira a proposta e avança com eleições antes do Natal... se a UE adiar Brexit por três meses.
Num sinal de que o processo de saída do Reino Unido da União Europeia se pode voltar a arrastar por mais um conjunto de meses, o Governo britânico avisou os deputados que se não aprovarem esta terça-feira o calendário de aprovação da passagem a lei do acordo do Brexit alcançado em Bruxelas, vai retirar a votação do acordo e quer eleições antecipadas.
Se um acordo para o Brexit parecia praticamente impossível na semana passada em Bruxelas, agora começa a parecer-se com o obstáculo mais fácil de ultrapassar. O Parlamento britânico está reunido esta tarde para discutir e fazer a primeira votação da passagem a lei do acordo alcançado entre o Governo britânico e a União Europeia sobre a forma como se irá processar o Brexit, mas as votações podem não chegar a acontecer.
No sábado, os deputados acabaram por não votar o acordo, depois de ser aprovada uma emenda que estabelecia que esse acordo só poderia ser votado depois de o Governo fazer aprovar no Parlamento legislação interna para aplicar esse mesmo acordo. Isso obrigou o primeiro-ministro britânico a pedir um adiamento da data do Brexit — 31 de outubro –, algo que rejeitou sempre fazer.
"Não vou permitir, de forma alguma, meses disto. Se o Parlamento impedir que o Brexit se concretize e, ao invés, conseguir levar a sua adiante e adiar tudo até janeiro ou mais tarde, em nenhuma circunstância o Governo pode continuar com isto. E, com muita pena, tenho de dizer que a proposta de lei terá de ser retirada e que teremos de avançar para eleições legislativas.”
Agora, o Governo disse aos deputados que se não aprovarem hoje uma calendarização que prevê a votação desta proposta de lei nos próximos três dias, então irá retirar a proposta de lei da votação, e exigirá eleições antecipadas. Isto, claro, se os governos da União Europeia aceitarem adiar a data do Brexit em pelo menos três meses, algo que ainda não aconteceu.
O próprio primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, confirmou esta intenção no debate que se realiza esta terça-feira no Parlamento. “Não vou permitir, de forma alguma, meses disto. Se o Parlamento impedir que o Brexit se concretize e, ao invés, conseguir levar a sua adiante e adiar tudo até janeiro ou mais tarde, em nenhuma circunstância o Governo pode continuar com isto. E, com muita pena, tenho de dizer que a proposta de lei terá de ser retirada e que teremos de avançar para eleições legislativas”, disse Boris Johnson.
No entanto, a estratégia do primeiro-ministro britânico depende da decisão dos líderes da União Europeia. Donald Tusk recebeu o pedido de adiamento no sábado e disse que está a consultar os líderes da União Europeia, mas ainda não deu uma resposta sobre o que poderá acontecer. Boris Johnson precisará de um adiamento de pelo menos três meses para avançar com eleições antes do Natal, como sugeriu.
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