5G: Operadoras devem pensar “criticamente” segurança – especialista
Especialista em cibersergurança avisa as operadoras portuguesa que devem pensar "criticamente" sobre o impacto das decisões que estão a fazer agora relativamente à segurança do 5G.
O especialista norte-americano em tecnologia Nathan Leamer considerou esta segunda-feira, em Lisboa, que as operadoras portuguesas devem pensar “criticamente” a segurança do 5G (quinta geração) e o impacto de opções que estão a fazer agora.
Numa conferência em Lisboa, organizada pela Câmara do Comércio Americana em Portugal, questionado sobre as parcerias das operadoras com a chinesa Huawei para implementar o 5G (quinta geração de comunicações móveis), Nathan Leamer disse não querer fazer julgamentos, mas afirmou que as empresas devem pensar “criticamente” sobre a segurança, de como informação vulnerável e sensível pode ir parar à mão de terceiros.
“Devem também sentir a pressão dos decisores políticos e dos consumidores de que isto é um problema real”, afirmou o até recentemente assessor do presidente da Federal Communications Commission (FCC), Ajit Pai.
A gigante tecnológica chinesa Huawei tem sido alvo de sanções norte-americanas, uma vez que Washington acusa a empresa de cooperar com a espionagem chinesa, tendo este assunto já se tornado num problema político.
Em fevereiro, o responsável da FCC (órgão regulador das telecomunicações, responsável nos EUA pela implementação do 5G), Ajit Pai, esteve em Portugal a falar com responsáveis do Governo e líderes empresariais sobre questões relativas à segurança no 5G.
Há duas semanas, num debate no Parlamento Europeu, a Huawei negou “instruções” do Estado chinês para instalar ‘backdoors’ (portas de acesso) em dispositivos móveis de quinta geração (5G), notando que isso seria “um suicídio” para a empresa.
“As pessoas perguntam sempre qual é a relação entre a Huawei e o Estado chinês. É a mesma relação que têm outras empresas privadas ou internacionais que operam na China, como a Siemens ou a Nokia: temos de pagar os nossos impostos e respeitar as leis”, afirmou o representante chefe da Huawei para as instituições europeias, Abraham Liu.
O responsável respondia a uma questão relacionada com acusações de espionagem que têm recaído sobre a tecnológica chinesa, nomeadamente sobre a alegada instalação de ‘backdoors’ em equipamentos 5G.
Assumida como uma prioridade europeia desde 2016, a aposta no 5G já motivou também preocupações com a cibersegurança, tendo levado a Comissão Europeia, em março deste ano, a fazer recomendações de atuação aos Estados-membros, permitindo-lhes desde logo excluir empresas ‘arriscadas’ dos seus mercados.
Bruxelas pediu, também nessa altura, que cada país analisasse os riscos nacionais com o 5G, o que aconteceu até junho passado, seguindo-se depois uma avaliação geral em toda a UE e a adoção de medidas comuns para mitigar estas ameaças, isto até final do ano.
A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias.
Em Portugal, o arranque do 5G está previsto para o próximo ano.
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