Supere o momento da entrevista: 4 dicas para o entrevistador
É recrutador e tem dificuldades em entrevistar millennials e centennials? Temos quatro dicas que podem ajudar a superar o momento da entrevista, não deixando escapar talentos.
De entrevistador a entrevistado? As últimas gerações mudaram a dinâmica tradicional da entrevista de emprego. Hoje em dia, tanto as empresas como os trabalhadores são cada vez mais seletivos na hora de escolher os projetos em que se envolvem e as melhores equipas para fazê-lo.
Os talentos millennial (geração Y) e centennial (geração Z) exigem uma comunicação direta, uma cultura corporativa específica, possibilidades de alcançar todo o seu potencial durante cada uma das suas etapas profissionais, e que a sua função tenha uma real influência dentro da empresa. Neste novo cenário e dinâmica, os departamentos de recursos humanos e outros entrevistadores são cada vez mais “entrevistados” pelos candidatos durante o processo de recrutamento.
Se é recrutador e acha complicado lidar com as novas gerações, aqui ficam quatro conselhos dados pela Robert Walters (consultora em recrutamento e seleção) para superar o momento da entrevista, não deixando escapar o melhor talento para a sua empresa:
- Não seja apanhado de surpresa: a internet e as redes sociais vieram permitir que qualquer pessoa, mesmo antes de se candidatar a uma vaga de emprego, esteja familiarizada com a história, serviços e últimos acontecimentos da empresa. Por isso, a imagem corporativa tem um grande impacto nas expectativas dos candidatos no processo de entrevistas. Atualmente, os profissionais vão sempre investigar previamente a empresa contratante e, no momento da entrevista, terão já uma opinião formada sobre a cultura e valores da marca. “Assim, o entrevistador deve estar preparado para abordar quaisquer elementos que o candidato possa apresentar. (…) Pesquisar publicações e artigos recentes sobre a empresa nas redes sociais ajudarão a avaliar como esta é vista” pelos potenciais candidatos, aconselha José Miguel Rosenbusch, manager na Robert Walters Portugal, em comunicado.
- Antecipe-se às expectativas do candidato sobre a organização e sobre si: é agora mais provável que os candidatos façam perguntas sobre a possibilidade de progressão na carreira dentro da empresa. Cada vez mais, o profissional tem curiosidade sobre a cultura corporativa e as oportunidades de crescimento e formação que a empresa lhe pode oferecer. Que valor acrescentaria o meu trabalho dentro da organização? Existem planos de formação regulares na empresa? Como foi o seu desenvolvimento profissional dentro da organização? Estas são algumas questões diretas que o candidato pode colocar-lhe. Rosenbusch explica a importância de o entrevistador se antecipar a dar resposta a perguntas relacionadas não só com a organização, como com o seu próprio percurso, pois estas são cada vez mais habituais do candidato para o entrevistador. Entender a motivação inicial e a razão pela qual o entrevistador continua a apostar na empresa em que se encontra para desenvolver a sua carreira é crucial para motivar o candidato a querer entrar na empresa.
- Uma boa entrevista não é unidirecional: quando um millennial vai a uma entrevista de emprego espera que o entrevistador conheça a sua experiência profissional e que seja comunicativo e recetivo. “O entrevistador deve interessar-se sinceramente pelo candidato“, refere José Rosenbusch. “Não é apenas importante fazer perguntas sobre o CV, mas também sobre o como e o porquê do mesmo. O entrevistador precisa de causar uma boa impressão, estabelecer uma ligação positiva com o candidato e oferecer o tempo necessário para fazer perguntas. O candidato deve sentir que há um interesse real e único (…)”. O entrevistador deve, por isso, fazer perguntas reflexivas sobre os pontos fortes e fracos que observou no CV do candidato, “embora sem nunca se esquecer de lhe transmitir que a vaga é uma oportunidade de crescer e de se desenvolver profissionalmente”, remata o manager na Robert Walters Portugal.
- Manter o “fair play”: o entrevistador deve ter sempre o controlo do processo de seleção. Um controlo que, ao mesmo tempo, deve criar os momentos necessários para a comunicação e interação com o candidato. Para consegui-lo, deve planear as diferentes fases da entrevista, contando com tempo para perguntas e comunicação aberta. Antes de começar a entrevista, explique aos candidatos o que é a empresa e o que procura exatamente para a posição que está a entrevistar. Ao fazê-lo, deixe também claro que o entrevistado terá oportunidade de fazer as perguntas que considere necessárias no final, assim, será estabelecido um bom “fair play” entre o candidato e o entrevistador desde o início.
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