Função Pública faz greve esta sexta-feira. Saiba como a paralisação afeta a sua vida

O dia fica marcado por uma greve geral da Função Pública, com impactos desde a Saúde aos serviços públicos, passando pela educação. Veja como pode afetar a sua vida.

Os trabalhadores do Estado vão parar esta sexta-feira, em protesto contra os aumentos salariais de 0,3% previstos pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2020. Esta atualização ao nível da inflação fica aquém do exigido pelos sindicatos e Ana Avoila, da Frente Comum, chegou a considerá-la um “insulto” à Função Pública.

A dirigente propõe um aumento mínimo de 90 euros para todos os funcionários públicos, enquanto a Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) quer aumentos de 2,9% e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) pretende valorizações de 3,5%. Mas nem mesmo as negociações marcadas com o Governo para 10 de fevereiro demoveram os trabalhadores, que decidiram, mesmo assim, avançar com esta paralisação.

Dependendo sempre do grau de adesão, é previsível que a greve tenha impacto no quotidiano de muitos portugueses, sobretudo os que habitam em grandes centros urbanos, como Lisboa ou Porto. Dos transportes à saúde, do ensino aos serviços públicos, saiba como a greve geral desta sexta-feira pode afetar a sua vida.

Educação

O setor da educação deverá ser também dos mais impactados pela greve geral desta sexta-feira. Professores e auxiliares de educação deverão parar.

Há registo de pré-avisos de greve por parte de estruturas sindicais que representam educadores de infância, professores dos ensinos básico, secundário e superior e investigadores.

Esta quinta-feira, à Lusa, José Abraão, da Fesap, admitia a hipótese do “encerramento de milhares de escolas” por todo o país. Até porque a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) também marcou greve para o mesmo dia, para reforçar a mobilização do setor da educação para o protesto.

Serviços

São de esperar perturbações significativas nos serviços da Administração Pública, com enfoque nos registos e Segurança Social. Não vai ser tarefa fácil renovar o Cartão de Cidadão ou o passaporte.

Fonte do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Registos confirmou ao ECO ter informação de que várias conservatórias do registo civil estarão encerradas. A greve afetará, também, os registos de nascimentos, de casamentos e de óbitos, bem como registos prediais e automóveis.

Do mesmo modo, uma vez que o Sindicato de Trabalhadores do Município de Lisboa se associou à paralisação, são chamados à greve todos os trabalhadores com vínculo laboral à Câmara Municipal de Lisboa. Ou seja, esperam-se perturbações na recolha do lixo, nos serviços camarários e nas empresas municipais.

Transportes

Não se preveem perturbações nos transportes, pelo menos até onde foi possível apurar, mas prevê-se um aumento no número de passageiros no metro de Lisboa.

Autocarros e elétricos da Carris não deverão ser afetados pela greve, de acordo com fonte da Associação Sindical dos Trabalhadores da Carris.

O metro de Lisboa também deverá estar funcional, disse fonte do Sindicato dos Trabalhadores da Tração do Metropolitano de Lisboa, mas fonte oficial da empresa admite um “aumento da procura” com impacto indireto no serviço.

“O Metropolitano de Lisboa monitoriza em permanência a procura em toda a rede e adequará, sempre que possível, a sua oferta à procura que se venha a verificar. É expectável que se registe um aumento da procura durante a hora da manhã e cerca das 14h30, hora prevista para o início da manifestação que iniciará no Marquês de Pombal”, disse ao ECO fonte oficial.

Fonte da Fertagus (ligação ferroviária sobre o Tejo) também disse que não prevê perturbações. Da mesma forma, esta paralisação não deverá afetar, pelo menos diretamente, as empresas de transporte abrangidas por um regime de Parceria Público-Privada (PPP). É o caso da Transtejo e Softlusa (ligações fluviais no Tejo), da STCP e do Metro do Porto.

fonte oficial da CP confirmou que “não está prevista greve na CP, nem impactos” da mesma na circulação de comboios.

Saúde

A greve desta sexta-feira vai ter impacto no setor da Saúde. A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) associou-se à paralisação e apelou “à participação dos médicos na greve de 31 de janeiro”, prevendo-se o reagendamento de muitas consultas nos hospitais e centros de saúde.

Também os enfermeiros foram chamados a parar. A Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (Fense) emitiu um pré-aviso de greve para todo o dia desta sexta-feira, abrangendo “os enfermeiros que trabalham na Administração Pública e setor empresarial do Estado”.

Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica também param esta sexta-feira no Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Vários serviços públicos, como análises clínicas, radiologia, cardiologia, audiologia, farmácia, neurofisiologia e cirurgias programadas serão algumas das áreas mais afetadas por esta paralisação”, de acordo com o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS).

Do lado das farmácias, o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF) informou que não aderiu à greve, pelo menos formalmente. “Não obstante o SNF não ter emitido nenhum pré-aviso de greve, os farmacêuticos podem aderir à greve declarada por outro sindicato”, lê-se num aviso publicado no site deste sindicato independente.

Segurança

Há, por fim, registo de paralisações no setor da segurança. O Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais aderiu à paralisação, abrangendo os trabalhadores da Força Especial de Bombeiros.

A greve também vai afetar a defesa nacional, prevendo-se a paralisação dos trabalhadores afetos aos Sindicatos dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa.

O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional também estará em greve esta sexta-feira.

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