Bolt lança trotinetas elétricas em Portugal. Para já, só no Algarve

A Bolt vai lançar esta terça-feira um serviço de trotinetas elétricas em Portugal, para já, apenas no Algarve. É um "teste", mas a ambição é chegar a mais cidades portuguesas.

Depois dos carros, também as trotinetas. A Bolt seguiu as pisadas da Uber e também vai partilhar trotinetas elétricas para além das boleias, um negócio que tem ganhado expressão em Portugal no último ano. Estes veículos da Bolt vão ser colocados no Algarve, uma primeira fase de um plano mais alargado para expandir o negócio a mais cidades portuguesas.

A intenção já tinha sido revelada numa entrevista ao ECO pelo fundador da Bolt, Markus Vilig. Um sinal de que as ambições da plataforma estoniana para o país serão de expansão para novas áreas, além do transporte privado: “Só faz sentido ter trotinetas elétricas se fizerem parte de uma plataforma maior. Ou seja, ter uma aplicação com trotinetas, ou bicicletas, ou boleias, tudo no mesmo sítio”, revelou, em novembro.

O serviço de trotinetas elétricas da Bolt no Algarve começa a funcionar esta terça-feira, 4 de fevereiro, com um custo de desbloqueio de um euro, mais 15 cêntimos por minuto de utilização. É ainda aplicada uma “tarifa máxima” de 19 euros por dia.

Depois do Algarve, seguir-se-ão outras cidades em Portugal, admite ao ECO o diretor-geral da Bolt Portugal, David Ferreira da Silva: “Assim que tivermos a operação totalmente estabelecida no Algarve, o nosso objetivo é expandir o serviço para outras cidades do país”, admite. “O lançamento das trotinetas elétricas em Portugal sempre foi um dos nossos objetivos. É um serviço muito importante para as cidades porque é mais flexível, económico e sustentável”, garante.

A escolha do Algarve surge em contraciclo com as opções que têm sido tomadas por outros players que exploram a mesma atividade. Em 2019, mais de uma dezena de empresas dispuseram trotinetas elétricas na cidade de Lisboa, sendo que uma parte significativa delas acabou por abandonar o mercado.

“Escolhemos a região do Algarve para a apresentação das trotinetas por ser a zona do país com um clima mais ameno nesta altura do ano e, por isso, mais indicado para andar de trotineta. Além disso, o facto de ser uma cidade com baixa densidade populacional e ter um município envolvido e aberto a receber-nos, são fatores importantes para testarmos o serviço no país”, justifica David Ferreira da Silva. Ao mesmo tempo, a empresa “escapa” a um mercado saturado, como é o de Lisboa.

É, por isso, um “teste” que a empresa quer fazer no Algarve, sendo ponto assente que o foco poderá não ser o de fazer dinheiro, pelo menos enquanto as viagens nos carros da Bolt permitam à empresa gerar receitas. “Não significa que tenhamos de ser lucrativos em todas as viagens que realizamos. Temos serviços em que podemos reduzir consideravelmente os preços, como é o caso das trotinetes, e outros, como as viagens de carro, que são lucrativos para nós e asseguram o negócio”, diz o diretor-geral.

Esta posição segue em linha com a de Markus Vilig, que disse ao ECO, na entrevista em novembro, que a empresa pode apostar neste serviço sem que o mesmo se pague a si próprio: “Não creio que tenhamos de ganhar dinheiro. (…) O que vemos é que existem vários serviços que podemos oferecer gratuitamente, sem termos de gerar lucros, e outros, como as boleias, a serem lucrativos para nós enquanto negócio”, afirmou o empreendedor estoniano, por ocasião do Web Summit.

Certo é que o setor tem assistido a algumas dinâmicas. Os suecos da Voi saíram de Portugal em 2019, pouco depois de terem entrado, enquanto a Lime desistiu da cidade de Coimbra, poucos meses depois de aí ter lançado o serviço. Mais recentemente, a Bird chegou a um acordo para a compra da Circ, depois de ter suspendido o negócio em Portugal, onde a Circ também está presente.

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