Comércio quer medidas iguais às da gripe A se surto de coronavírus piorar

Se a propagação de coronavírus piorar, a CCP espera que sejam tomadas medidas semelhantes àquelas adotadas aquando do surto de gripe A, como a simplificação da atribuição de baixas médicas.

A Confederação do Comércio e de Serviços de Portugal (CCP) não está preocupada, para já, com o coronavírus, mas defende que se o surto piorar devem ser dadas respostas pelo Executivo semelhantes às adotadas durante o surto de gripe A, em 2009, nomeadamente ao nível da simplificação da atribuição das baixas médicas.

“Esperamos que, se a situação se agravar, seja publicado um despacho semelhante ao que foi feito na altura [da gripe A]“, diz Ana Vieira, secretária-geral da CCP, lembrando que, em 2009, o reconhecimento da doença para as baixas médicas foi simplificado de modo a evitar a corrida aos médicos de família e aos centros de saúde.

Nessa ocasião, os clínicos do setor privado, das Urgências e da Medicina do Trabalho passaram a poder assinar certificados de incapacidade temporária, isto é, os doentes com gripe A deixaram de ter de ir ao centro de saúde para pedir baixa médica.

Além disso, o apoio da Segurança Social para estes casos foi o mesmo que é dado para outras situações de absentismo de curta duração por motivos de doença: 65% do salário bruto a partir do quarto dia de baixa.

Em 2009, o Governo equiparou o isolamento e a quarentena para assistência à família à baixa médica por doença. Neste surto, António Costa já revelou que tanto no público como no privado, essa solução irá repetir-se.

“Aquilo que é garantido a todos os profissionais tanto do público como do privado, caso seja necessário ficarem em casa será acionado um mecanismo semelhante ao das baixas” médicas, disse António Costa.

Estas são algumas das medidas que a CCP está a defender na reunião com o ministro da Economia, Siza Vieira. O encontro, que junta também as confederações da Indústria (CIP) e do Turismo (CTP), bem como as associações setoriais, poderá ser o primeiro de vários, disse ao ECO Ana Vieira, recordando que em 2009 foram várias as reuniões para esse efeito.

Neste momento, há dois casos de coronavírus confirmados em Portugal. Ambos os pacientes estão internados no Porto, no Hospital de Santo António e no Hospital de São João. Em causa está um homem de 60 anos que regressou do norte de Itália e um homem de 33 anos que regressou de Valência, Espanha. Estão ambos estáveis, garantiu a ministra da Saúde. O coronavírus já matou mais de três mil pessoas em todo o mundo.

Automóvel quer “medidas excecionais”

O setor automóvel ainda não está a sentir os impactos do coronavírus, mas a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) diz que os seus associados estão expectantes, temendo os efeitos negativos do vírus. É que o alastrar do coronavírus está a travar a produção na China, colocando em risco o fornecimento de componentes para a indústria automóvel portuguesa.

Ao ECO, fonte oficial da AFIA adianta ainda que é preciso saber que apoios financeiros serão postos em prática, se uma empresa tiver de parar a laboração. A mesma fonte não acrescenta, contudo, por agora, que valor seria aceitável.

Stocks de medicamentos estão assegurados por agora

Do lado das farmacêuticas, a mensagem é de tranquilidade. Tendo em conta que se trata de um setor altamente regulado, tem medidas de contingência para vários cenários, e há stock de medicamentos e de matéria-prima para o fabrico dos mesmos, garantiu fonte oficial ao ECO. No entanto, se a epidemia se prolongar, não há garantias.

“Até ao momento não há razões para preocupação”, assegura a mesma fonte. Isto tendo em conta o “conjunto de indicadores monitorizados” pela instituição. “Nem ao nível do fornecimento de medicamentos nem a produção dos mesmos está em causa. Temos bastantes stocks“, acrescenta a mesma fonte, explicando que “este é um setor tão regulado que trabalha com vário cenários, nomeadamente o das incertezas, onde se encaixa o coronavírus”.

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