Coronavírus leva Moody’s a rever em baixa crescimento das maiores economias
Agência de notação financeira está mais pessimista quanto ao impacto do surto na economia mundial.
Pela segunda vez em menos de um mês, a Moody’s reviu em baixa as estimativas de crescimento económico mundiais. O surto de coronavírus é a razão para o pessimismo da agência de notação, que vê agora maior risco de recessão.
“A disseminação global de coronavírus está a resultar num choque simultâneo na oferta e na procura. Esperamos que estes choques desacelerem materialmente a atividade económica, particularmente na primeira metade do ano”, aponta a Moody’s, numa nota divulgada esta sexta-feira.
A agência reviu em baixa a projeção para o conjunto dos países do G-20, que espera agora que cresça 2,1% em 2020 (menos 0,3 pontos percentuais que na estimativa anterior). Nos EUA, antecipa que o produto interno bruto (PIB) expanda 1,5% (menos 0,2 p.p.), na Zona Euro que cresça 0,7% (menos 0,5 p.p) e na China 4,8% (menos 0,4 p.p.). Esta é a segunda revisão em baixa das estimativas da Moody’s em menos de um mês, já que a agência já o tinha feito a 16 de fevereiro.
“O risco de recessão global subiu. Quanto mais tempo o surto afetar a atividade económica, mais os choques na procura irá dominar e levar a dinâmicas de recessão“, diz a agência. “A extensão completa dos custos económicos não será clara durante algum tempo. O receio de contágio irá penalizar o consumo e a atividade empresarial”.
Também a OCDE mostrou-se mais pessimista quando ao crescimento económico global devido à epidemia. Portugal não está incluído na lista de revisões, mas o primeiro-ministro António Costa já admitiu uma potencial revisão em baixa das perspetivas de crescimento económico nacional devido ao surto, que já infetou mais de 100 mil pessoas por todo o mundo.
Na Zona Euro, outros dois países estão em risco de recessão: Itália e França. Em ambos os casos (tal como nos EUA e na China), os governos estão a implementar programas de ajuda para travar o impacto, enquanto organizações internacionais e bancos centrais anunciaram também medidas de reação, em especial o corte de juros surpresa da Reserva Federal norte-americana. E a Moody’s considera que estas ações deverão ajudar a travar o impacto.
“É provável que medidas de política orçamental e monetária ajudem a limitar os danos nas economias individuais. Os anúncios feitos por autoridades orçamentais, bancos centrais e organizações internacionais até agora sugerem que a resposta política será forte nos países mais afetados“, acrescenta o relatório.
(Notícia atualizada às 17h45)
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